A União Europeia vai reforçar esta sexta-feira mais uma vez as sanções contra o regime de Robert Mugabe no Zimbabué, sinal da sua frustração face à continuação das violações dos direitos humanos e ao impasse político no país.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus deverão aprovar um texto aumentanto para mais de 200 o número de responsáveis do regime e membros da suas famílias proibidos de entrar na UE e renovando por um ano o conjunto de sanções contra o Zimbabué, segundo um responsável europeu.
PUB
O número de empresas cujos fundos na Europa estão congelados devido a ligações com o regime de Mugabe deve passar hoje para 40 e incluir «pela primeira vez sociedades europeias», precisou o mesmo responsável.
Ainda que estas sanções tenham tido pouco efeito até agora, o texto considera que um reforço é necessário «perante as violências cometidas pelas autoridades» do país e «o bloqueio na aplicação do acordo de 15 de Setembro».
Cólera: número de vítimas continua a aumentar
Entretanto, a epidemia de cólera no Zimbabué continua a alastrar. Mais de 50 mil pessoas foram atingidas pela doença e 2.773 doentes morreram desde Agosto, segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicado esta sexta-feira.
O balanço anterior, publicado quinta-feira, indicava que a epidemia de cólera, que teve início em Agosto, já tinha provocado 2.750 mortos e 48.623 casos diagnosticados.
«O número de casos continua a aumentar. A cólera ainda não está controlada», constatou o gabinete dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA). «Tendo em conta a gravidade da epidemia, é de temer que esta não possa ser controlada senão daqui a semanas», estimou Tonny Maryon, responsável pela operação no Zimbabué da Federação internacional da Cruz Vermelha.
Os especialistas da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho declararam-se «particularmente alarmados com a taxa de mortalidade que actualmente atinge 5,7 por cada 100, ou seja, uma subida de 20 por cada 100 em relação à semana anterior, que demonstra que a epidemia está longe de ser erradicada».
PUB