As discussões no Conselho Europeu sobre as nomeações para os cargos de topo da União Europeia terminaram, esta madrugada, sem acordo. Por essa razão, os líderes europeus voltam a reunir-se dia 30 de junho para uma nova tentativa.
discussão entre os chefes de Estado e de Governo dos 28 sobre os nomes a designar para a liderança das instituições europeias para os próximos cinco anos teve início no jantar de trabalho, cerca das 21:30 locais (20:30 de Lisboa), prolongando-se por quatro horas, mas não foi alcançado um compromisso, pelo que o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, agendou nova cimeira para 30 de junho, às 18:00.
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Em causa, está a nomeação dps presidentes da Comissão Europeia, do Conselho Europeu e do Banco Central Europeu, e um chefe da diplomacia da União Europeia, antes do novo Parlamento Europeu entrar em funções, o que acontece já nos primeiros dias de julho em Estrasburgo.
Fontes europeias explicaram que a discussão neste Conselho Europeu centrou-se na nomeação para a presidência do executivo comunitário, constatando-se, sem surpresa, que nenhum dos ‘candidatos principais’ (‘Spitzenkandidaten’) das três maiores famílias políticas – Manfred Weber (Partido Popular Europeu), Frans Timmermans (Socialistas Europeus) e Margrethe Vestager (Liberais) – reúne uma maioria no Conselho.
No entanto, tal não significa que o modelo dos ‘Spitzenkandidaten’ – a escolha para a presidência da Comissão de entre os um dos candidatos principais ao cargo apresentados pelas famílias políticas nas eleições europeias de maio passado - esteja descartado, embora Weber, na prática, já tenha visto o seu nome ‘chumbado’ também no Parlamento Europeu, dado os grupos socialista (S&D) e liberal (Renovar a Europa), os segundo e terceiro maiores da ‘nova’ assembleia, se terem 'antecipado' ao Conselho e terem já comunicado ao alemão que não terá o seu (indispensável) apoio.
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O Partido Popular Europeu, como força política mais votada nas eleições europeias, continua, no entanto, na linha da frente para escolher o nome que sucederá a Jean-Claude Juncker na liderança do executivo comunitário.
Os 28 têm assim nove dias pela frente para prosseguir as conversações, com vista a tentar ‘fechar’ um acordo sobre os cargos na cimeira de 30 de junho, sendo que vários líderes, entre os quais a chanceler alemã Angela Merkel, considerada 'peça-chave' no desenlace das conversações, estarão no Japão na próxima semana, para uma cimeira do G20, em Osaca, até à véspera do novo Conselho Europeu.
Os líderes da UE voltam a reunir-se a partir das 09:30 desta sexta-feira, a 27, mas para uma Cimeira do Euro, na qual o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, dará conta aos líderes dos progressos feitos no aprofundamento da União Económica e Monetária, e deverá receber novo mandato para prosseguir os trabalhos com vista à criação de um instrumento orçamental para a competitividade e convergência na zona euro.
Portugal está representado na cimeira pelo primeiro-ministro, António Costa – um dos ‘negociadores’ dos Socialistas Europeus, a par do espanhol Pedro Sánchez, para as conversações interpartidárias sobre as nomeações -, que não prestou declarações à saída do Conselho hoje de madrugada, tendo prevista uma conferência de imprensa para o final dos trabalhos, ao início desta tarde.
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