Em junho de 2020, Shane Goldsby, de 26 anos, chegou a uma prisão de Washington, nos Estados Unidos, para cumprir uma pena a que tinha sido condenado. O seu companheiro de cela era Robert Munger, de 70 anos de idade. Ao fim de algumas horas de conversa, Shane Goldsby percebeu que o seu companheiro era o homem que tinha violado a sua irmã, menor de idade, escreve o Seattle Times. Um encontro, que acabou num novo crime.
Sete meses antes de Shane Goldsby chegar à prisão, Robert Munger tinha sido condenado a 43 anos de prisão por abuso sexual de menores e posse de pornografia infantil. No ano passado, numa entrevista à KHQ, uma filiada da NBC, Shane Goldsby garantiu que pediu para ser transferido ou mudar de cela. Alegou ainda que Robert Munger começou a descrever, com pormenor, tudo o que tinha feito à sua irmã. Goldsby assumiu o crime, mostrou-se arrependido e acabou condenado a mais de 24 anos de pena.
PUB
“Ele continuou a dar detalhes sobre tudo o que tinha acontecido e o que tinha feito. Falou das fotos e dos vídeos que tinha desse crime. Foi crescendo dentro de mim”, terá dito à KHQ.
Tudo aconteceu numa área comum do Centro de Correção de Airway Heights. Shane Goldsby atirou Robert Munger ao chão e pontapeou-o na cabeça várias vezes. Este acabou por não resistir aos ferimentos e morreu no hospital, alguns dias depois.
Este caso levantou algumas questões como, por exemplo, poderia o crime ter sido evitado? Como se explica que um detido seja colocado na mesma cela que o violador da irmã?
O Departamento dos Centro de Correção de Washington explica que existe uma política para evitar que detidos que se conhecem, ou são familiares de vítimas de outros reclusos, sejam colocados juntos. E após uma investigação interna garantiram que todos os procedimentos foram cumpridos. Acrescentaram ainda que nunca houve um pedido de transferência.
Mas Shane Goldsby defendeu, na entrevista que deu à KHQ, que tinha sido “tramado” pelas autoridades. Em 2017, conseguiu escapar de uma perseguição a alta velocidade e ainda atropelou um agente. “Eu humilhei a polícia”, concluiu.
PUB