O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, revelou, esta quinta-feira, que teme um ataque "em grande escala" por parte da Rússia, mas afirma que o país está preparado.
As tensões entre os dois países têm vindo a aumentar em torno da anexação da Crimeia, que aconteceu em 2014.
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Se a situação se agrava no leste e na Crimeia, não afastamos a possibilidade de introduzir a lei marcial e de mobilizar ainda mais militares para a área”, disse o presidente ucraniano num discurso televisivo.
Segundo a Reuters, a lei marcial da Ucrânia poderá incluir restrições ao movimento de pessoas e bens, a proibição de partidos políticos no país assim como a presença de instituições e a realização de reuniões públicas.
A possibilidade de existir uma escalada do conflito é muito grande. E não excluímos uma invasão russa em grande escala. Estamos prontos", afirmou Poroshenko.
Esta quinta-feira, o exército ucraniano já tinha informado que foram mortos três soldados e outros seis ficaram feridos na sequência de um combate que se prolongou nas últimas 24 horas.
As acusações entre separatistas e Kiev também se têm intensificado e dos Estados Unidos surgiu um apelo ao bom senso de forma a evitar mais tensões.
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O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ao Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, que tente “evitar uma escalada das tensões” com a Rússia na península da Crimeia, informou a Casa Branca na última semana.
Numa chamada telefónica, Biden assegurou também a Poroshenko que os Estados Unidos pediram “o mesmo” à Rússia.
Os dois líderes [Biden e Poroshenko] reiteraram o seu firme apoio às vias políticas e diplomáticas para restabelecer a soberania da Ucrânia e a sua integridade territorial”, indica o comunicado da Casa Branca, que recordou que a Crimeia está “ocupada” pela Rússia, em “violação do direito internacional”.
A organização para a segurança e cooperação na Europa, que é responsável pelo acompanhamento do acordo de cessar-fogo, que se arrasta há meses, relata “grande número” de violações nas regiões orientais nesta semana. A Reuters escreve que entre esses relatos surgem tiroteios com recurso a artilharia pesada.
O referendo de 16 de março de 2014 concluiu que quase 97% dos votantes queriam anexar a Crimeia à Rússia. Putin anexou finalmente o território dias depois, cumprindo assim a sua vontade uma vez que sempre defendeu que a Crimeia pertence historicamente à Rússia e que tinha sido integrada na Ucrânia injustamente, em 1954, altura em que os dois países faziam parte da União Soviética.
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