A entidade responsável pela administração das infraestruturas ferroviárias em Espanha, a Adif, já anunciou o início de uma investigação ao descarrilamento do comboio luso-espanhol que ocorreu esta sexta-feira de manhã, em O Porriño, Pontevedra, e que provocou pelo menos quatro mortos. Um inquérito que irá contar com a participação da CP-Comboios de Portugal. Para já desconhecem-se as causas do acidente e todas as hipóteses estão em aberto.
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Uma das causas que pode ter estado na origem do descarrilamento prende-se com a avaria de uma agulha do comboio. Ora, aqui convém explicar que uma agulha é um aparelho que permite ao comboio mudar de linha.
Algumas fontes consultadas pelo jornal La Voz de Galicia consideram esta hipótese pouco provável, uma vez que a composição não parava na estação onde ocorreu o acidente. No entanto, outras fontes confirmaram ao mesmo jornal que o comboio entrou por uma via secundário, onde deveria circular a cerca de 30 quilómetros por hora. E que o forte impacto na cabine do veículo pode ser um sinal de que o comboio estava a circular uma velocidade superior a esse valor.
O ministro do Fomento espanhol, Rafael Catalã, confirmou que estavam a decorrer obras de manutenção na via principal na altura em que se deu o descarrilamento, o que obrigava os comboios a desviarem-se para uma via secundária e a reduzir a velocidade.
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Há ainda outras possíveis causas em cima da mesa, como a eventual presença de um objeto na via ou uma falha mecânica do material circulante.
Esta última hipótese foi, porém, descartada pelo presidente da Comboios de Portugal (CP), Manuel Queiró. O responsável também rejeitou a possibilidade de falha humana.
Falando aos jornalistas na zona do acidente, Manuel Queiró adiantou que as causas ainda estão por apurar, mas salientou que o comboio "estava em perfeitas condições" e que tinha sido alvo de uma revisão em Espanha e de outra, mais recente, em Portugal. O presidente da CP também frisou que o maquinista, que morreu na sequência do acidente, "era experiente".
"Nada indica que tenha havido falha humana ou de material circulante."
Para Manuel Queiró "poderá ter-se tratado de uma circunstância anormal", que não especificou, remetendo qualquer explicação para os resultados do inquérito já em curso.
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O ministro do Planeamento e das Infraestruturas português, Pedro Marques, afirmou, em declarações aos jornalistas no Porto, que, de acordo com as informações prestadas pelas autoridades espanholas, o comboio tinha “as revisões em dia”.
CP vai participar na comissão de inquéritoA CP já informou que vai participar na comissão de inquérito "de imediato constituída" para esclarecer as causas do acidente.
Em comunicado, a companhia ferroviária portuguesa precisou que a comissão de inquérito é “liderada pelas empresas ferroviárias espanholas, Adif e Renfe, e inclui representantes da CP”.
“No âmbito deste inquérito serão apuradas as causas e circunstâncias deste acidente, que só após a sua conclusão serão divulgadas”, lê-se no comunicado.
A empresa indicou igualmente que o maquinista, de nacionalidade portuguesa, “pertencia aos quadros da CP”, que está agora a acompanhar a família “neste momento de luto para todos os ferroviários”.
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Na nota à imprensa, a CP lamentou ainda “profundamente as vítimas mortais”, endereçando “os mais sentidos pêsames às famílias” e desejando “a rápida recuperação dos feridos resultantes do acidente”.
Quando descarrilou, o comboio luso-espanhol, com 63 passageiros, fazia o trajeto Vigo-Porto na linha conhecida com o nome "Celta". O descarrilamento ocorreu por volta das 9:30, hora local, (menos uma hora em Lisboa), sendo que o comboio tinha chegada prevista à estação de Campanhã, no Porto, às 10:18.
Quatro pessoas morreram, incluindo o maquinista que era português, e 49 ficaram feridas, incluindo três de nacionalidade portuguesa. No comboio seguiam passageiros de várias nacionalidades: 26 espanhóis, seis norte-americanos, três portugueses, dois brasileiros, dois uruguaios, um britânico, um alemão, dois argentinos, um chileno.
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