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Brasil: Dilma é «dura, autoritária, centralizadora»

Cientista política brasileira analisa a candidata à presidência do Brasil

No próximo domingo, muitos eleitores brasileiros não vão votar propriamente em Dilma Rousseff, mas sim na candidata de Lula da Silva. É pelo menos esta a convicção da cientista política brasileira Lucia Hippolito.

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«Parte da sociedade brasileira tem em Lula um grande guia, portanto vai votar na sua candidata. Dilma não tem voo próprio, jamais se candidatou a um cargo electivo, sempre foi uma burocrata. Os eleitores vão votar na indicada de Lula», afirmou ao tvi24.pt.

Quanto ao perfil da candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), a também historiadora e jornalista referiu que os brasileiros a vêem «como uma ministra dura, por vezes autoritária no trato pessoal, centralizadora, e um tanto estatocrata».

Tendo estado ligada a dois casos de corrupção (ao mensalão, porque foi nomeada para substituir o então ministro José Dirceu; e ao escândalo da sua sucessora, Erenice Guerra, considerada o seu braço direito), Dilma Rousseff consegue, ainda assim, manter-se na frente das sondagens.

«Não fiquei convencida [que Dilma não tem qualquer passado de corrupção], nem boa parte dos brasileiros ficou. Entretanto, o presidente estendeu sobre ela o manto protector da sua popularidade e pouco respingou em Dilma. Mas a sua queda recente nas sondagens mostra que parte da sociedade não aceitou os escândalos», comentou Lucia Hippolito.

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Em relação ao passado da candidata do PT, que grupos de extrema-direita insistem em ligar ao «terrorismo», a cientista política desvaloriza o caso. «Muitos brasileiros participaram em acções, armadas ou não, contra a ditadura. Dilma foi presa, passou mais de dois anos na prisão, e beneficiou da amnistia de 1979. Apenas a direita mais activa ataca a candidata pelo seu passado de luta armada.»

A jornalista do programa CBN Rio destacou ainda que Dilma Rousseff conseguiu os seus primeiros cargos no Rio Grande do Sul «graças às ligações do primeiro marido, que era do Partido Democrático Trabalhista, partido a que Dilma também pertencia». «Quando o governo gaúcho passou para o PT, Dilma trocou de partido e separou-se do marido», contou.

«Qualquer um de nós podia ser presidente desde que o Lula o apoiasse»

O jornalista Hugo Cruz é mais taxativo ao afirmar que Dilma Roussef, «apesar da sua trajectória política, nunca seria presidente do Brasil se Lula não tivesse a aprovação de mais de 80% dos eleitores».

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«Qualquer um de nós podia ser presidente desde que o Lula o apoiasse, isso explica em muito a pouca cultura política do povo brasileiro», comentou ao tvi24.pt o jornalista de vários órgãos do Estado de Mato Grosso.

Hugo Cruz lamenta o «populismo» da campanha do PT. «A chamada mexicanização ou Chavismo eleitoral não está longe de ser verdade. Recorre-se a todo o tipo de artimanhas e a todo o tipo de jogadas sujas para obter benefícios», disse.

Para o jornalista, a liberdade de imprensa já teve melhores dias no Brasil, porque, agora, «quem manda e desmanda é o PT».

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