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Dilma: um dia terrorista, no outro Mandela

Candidata que muito provavelmente vai suceder a Lula esteve presa e foi torturada durante a ditadura militar. Passado de militância posto em causa pela direita

Dilma Rousseff será, provavelmente, a próxima presidente do Brasil. As sondagens dão-lhe vantagem para domingo e os opositores já só tentam chegar à segunda volta. Mas afinal quem é esta mulher que conquistou Lula da Silva à primeira vista?

Nasceu em Belo Horizonte a 14 de Dezembro de 1947 e estudou economia. Com apenas 16 anos entrou na Política Operária, uma organização de esquerda, e passou a adolescência a lutar contra a ditadura militar (1964-85) entretanto instaurada.

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É precisamente neste período que se concentram as críticas dos sectores mais à direita. No Comando de Libertação Nacional e na Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, Dilma é acusada de ter praticado ou planeado actos de «terrorismo». Este é um dos vídeos divulgados pelo Ternuma, uma organização de extrema-direita:

Em 2009, foi publicado na «Folha de São Paulo» um documento que atestava isso mesmo. No entanto, uns dias depois, o jornal retratou-se, admitindo que tinha recebido a ficha por e-mail e que não garantia a sua veracidade. Note-se que os repórteres encontraram alguns entraves suspeitos, como o facto do Arquivo Público de São Paulo ter estado inacessível durante 5 dias por ordem da Casa Civil (da qual Dilma era ministra...). Quando lá voltaram, a ficha não existia.

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A candidata negou sempre qualquer acto de terrorismo.

Em Janeiro de 1970, Dilma caiu numa cilada da polícia com uma arma. Esteve presa até 1972, tendo sido condenada por «subversão». Foi sujeita a várias sessões de tortura, bateram-lhe, deram-lhe choques eléctricos...

«Parte da sua história lembra-me Mandela», disse Lula, o maior fã de Dilma desde que, em 2002, a então secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul lhe foi apresentada. «Percebi que tinha encontrado a pessoa certa para o lugar certo». E assim Dilma Rousseff se tornou ministra das Minas e Energia e depois ministra-chefe da Casa Civil.

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Este último cargo valeu-lhe duas ligações a casos de corrupção: ao mensalão, porque foi nomeada para substituir o então ministro José Dirceu; e ao escândalo da sua sucessora, Erenice Guerra, considerada o seu braço direito. Demarcou-se de ambos.

Para trás ficaram anos de experiência em vários cargos políticos, sem nunca deixar de lado a militância (foi uma das fundadoras do Partido Democrático Trabalhista e só em 2000 se filiou no Partido dos Trabalhadores, pelo qual agora concorre).

Qual Martin Luther King, agora diz: «Eu tenho um sonho... fazer avançar este país que eu amo.»

«É uma tremenda história de vida», resume Lula, que até aparece mais vezes na biografia de Dilma do que a própria...

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