Comerciantes e trabalhadores do setor turístico ouvidos pela Lusa em Surabaia, de onde partiu o avião da AirAsia que se despenhou no domingo, esperam que o governo indonésio dê mais atenção à segurança das companhias aéreas para proteger.
«Penso que o governo devia aumentar a segurança dos passageiros nas companhias aéreas», através da imposição de novas leis, defendeu Nuria Hidayati, que trabalha numa loja situada nas proximidades do Aeroporto Internacional de Juanda, em Surabaia, que vende mais de 400 tipos de produtos tradicionais da Java Oriental.
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Na visão da gerente operacional da loja Cak Ning, a falta de segurança aérea tem sido manifesta, porque «nos últimos cinco anos aconteceram mais acidentes».
Nuria Hidayati teme que o receio dos turistas de voar para Surabaia afete o negócio, ainda que a maioria dos seus clientes sejam habitantes locais.
No espaço contíguo, o restaurante de comida tradicional IBC, a visão é diferente, pelo menos para o proprietário, Teguh Hartono, que não vê problemas na aviação na Indonésia, nem espera efeitos negativos no turismo provocados pelo acidente com o avião da AirAsia, que levou o nome de Surabaia a todo o mundo.
Já Ady Setyawan, que gere a loja de lembranças Roode Brug Soerabaia, onde as vendas também têm aumentado nos últimos anos, receia que «as pessoas tenham medo de vir para o Sudeste Asiático», porque o avião da Malaysia Airlines desaparecido a 8 de março «também foi uma notícia mundial».
Desconhece-se a localização e o que terá acontecido à aeronave que realizava o voo MH370, de Kuala Lumpur, na Malásia, para a cidade chinesa de Pequim.
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Ady Setyawan entende que será necessária uma «investigação aprofundada» ao que se passou com o avião da AirAsia que se despenhou no domingo no Mar de Java, quando seguia de Surabaia para Singapura, com 162 pessoas a bordo.
«Se for provado que [o acidente do avião da AirAsia] foi causado por um erro humano, espero sinceramente que o governo tome medidas a sério, faça mais negociações e ações relativas à segurança da aviação», respondeu Ady Setyawan, que também organiza circuitos históricos pela cidade.
Para Ivan Yunus, rececionista no histórico Hotel Majapahit, o acidente aéreo de domingo aconteceu devido ao «mau tempo», por isso, «os turistas não precisam de preocupar-se com a segurança».
«Eu penso que o governo irá dar mais atenção ao turismo, especialmente aos turistas que usam o avião para as suas férias», comentou o mesmo funcionário.
Os destroços do Airbus da AirAsia foram encontrados no Estreito de Karimata, a cerca de 185 quilómetros a sudoeste da cidade de Pangkalan Bun, e as equipas de resgate já recuperaram 16 corpos.
O piloto pediu à torre de controlo na Indonésia para virar ligeiramente à esquerda e subir de altitude para evitar uma tempestade, antes de perder a comunicação.
O ministro dos Transportes, Ignasius Jonan, disse, segunda-feira, numa conferência de imprensa no aeroporto internacional de Jacarta, que o governo vai «rever todas as operações da AirAsia Indonésia para ter a certeza de que o seu desempenho possa ser melhor no futuro».
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