O governo de Atenas propôs uma nova solução para terminar com o braço de ferro com os credores internacionais: Yanis Varoufakis, o ministro das Finanças da Grécia, abandona o pedido de um perdão da dívida, propondo antes substituir a dívida externa que o país tem por obrigações indexadas ao crescimento da economia e obrigações perpétuas.
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As propostas de Varoufakis foram reveladas numa entrevista ao Financial Times. O ministro grego está em Londres, uma visita que faz parte de um périplo pelas capitais europeias, com o objetivo de angariar aliados para uma nova abordagem da crise da dívida grega.
Esta quarta-feira o responsável vai reunir-se com o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi. Quinta-feira Varoufakis reúne com o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Shäuble.
Segundo o responsável, o primeiro tipo de obrigações substituiria os empréstimos europeus à Grécia, trocados por obrigações indexadas ao crescimento nominal da Grécia. O segundo tipo seriam obrigações perpétuas. Ou seja, a Grécia deixaria de ter um prazo para pagar a dívida ao Banco Central Europeu, embora pagasse juros até que a dívida estivesse saldada.
«Direi aos nossos parceiros que estamos a construir uma combinação de excedente orçamental primário e uma agenda de reformas. Direi: Ajudem-nos a reformar o nosso país e dêem-nos algum espaço fiscal para o fazer, sob pena de continuarmos a sufocar e nos transformarmos numa Grécia deformada, ao invés de uma Grécia reformada».
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das fortes quedas que assolaram o índice«O que quer que os nosso parceiros pensem do facto de sermos da ala de esquerda radical, nós estamos a ser sérios relativamente às reformas, a sermos bons europeus e bons ouvintes. A única coisa da qual não vamos abdicar é a nossa visão de que este programa [de assistência] tem de ser repensado».
O périplo de Varoufakis começou em Paris, no passado fim de semana. Esta segunda-feira, o ministro em entrevista ao Channel 4, faz balanço da reunião, em Londres, com o homólogo britânico. Yanis Varoufakis assegura que vai haver acordo sobre a dívida grega «nas próximas horas ou dias»
Na sexta-feira, num encontro com o presidente do Eurogrupo, o ministro das Finanças da Grécia revelou que o seu país não quer trabalhar mais com a troika, não estando interessado em prolongar o segundo resgate, mas sim em negociar uma alternativa com a Europa. No sábado, o líder do Syriza e primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou que «acabar com austeridade não implica quebrar compromissos». Isto depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, ter recusado perdoar mais dívida à Grécia.
França, por seu turno, mostrou-se, este domingo, disponível para ajudar a Grécia a chegar a acordo com a União Europeia. O titular da pasta das Finanças, Michel Sapin, entende que é legítimo para Atenas estar preocupada com o peso da sua dívida e que queira aliviá-la.
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