De olhos postos na Grécia, a Europa está dividida entre o “sim” e o “não”, mas mais propriamente entre um “ja” e um “oxi”. De um lado defende-se a continuidade do país na Zona Euro e uma ajuda externa, desde que acompanhada de reformas e austeridade, do outro defende-se uma firmeza contra os líderes europeus, um “murro na mesa” contra a Alemanha, que defenda o povo grego de mais cortes e pobreza, mas que pode custar uma saída da moeda única.
Como todos os pontos de discórdia, o impasse até ao referendo de domingo está a gerar controvérsia, propaganda e, claro, o natural humor. Mais uma vez a Alemanha surge como representante dos credores e como "alvo" dos defensores do "não".
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Jornais, televisões e redes sociais transpiram conteúdo ligado à Grécia, com quatro caras em destaque permanente, representantes dos lados da discórdia: no canto dos gregos, Alexis Tsipras e Yanis Varoufakis, e no canto da Alemanha, Angela Merkel e Wolfgang Schäuble.
A imagem mais polémica de hoje sai diretamente da capa do jornal alemão “ Handelsblatt” que colocou Alexis Tsipras na sua primeira página de arma apontada à própria cabeça e acompanhado da frase “ Dinheiro aqui, ou disparo” - em estilo de ameaça de um eventual “desastre” económico para a Zona Euro, caso a Grécia deixe a moeda única.
No lado oposto, os gregos que defendem o tal “ murro na mesa” contra as instituições europeias, o “Não” no referendo, distribuem cartazes com a cara do ministro das Finanças alemão, acompanhado da frase: “ Ele sugou o seu sangue durante cinco anos. Agora, diga NÃO”.
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Porém estas “caricaturas” não começaram nos últimos dias. Com o agravamento da situação na Grécia nos últimos meses, têm-se sucedido as campanhas em forma de imagem ou texto que incentivam à tomada de uma posição firme contra, ou a favor, da Grécia.
Neste contexto os alemães costumam ser os principais alvos, mas também alguns dos maiores críticos aos comportamentos do governo grego. Dividem-se entre os que pedem solidariedade com o país e os que acham que os contribuintes alemães não têm que dar mais um cêntimo para a República Helénica.
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Em fevereiro, ainda as negociações com o Syriza estavam no início, isto é, longe da situação atual, e já a capa do “Bild” fazia “campanha” pelo “Não”, porém um “Não” a emprestar mais dinheiro aos gregos.
O jornal tinha escrito a meio da primeira página, em letras azuis e brancas (cores da bandeira da Grécia), um enorme «Nein!» (não), seguido de «Não há mais milhões para os gregos gananciosos», ao mesmo tempo que incentivava os seus leitores a tirarem uma fotografia com a capa do jornal (selfie) de forma a expressar o mesmo sentimento.
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O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, até já foi alvo de uma polémica envolvendo um gesto obsceno, que sempre negou ter feito, e que afinal foi uma montagem de um programa de TV alemão.
O mesmo programa que lançou um vídeo onde Varoufakis é mostrado como uma personagem aterradora, ao estilo Arnold Schwarzenegger no filme “Exterminador Implacável”. O talk-show, chamado «Neo Magazin Royale», lançou uma rábula que satiriza a postura do ministro das Finanças da Grécia e o transforma numa espécie de homem mau, que veio destruir os alemães e todos devem temer. (Clique AQUI para ver o vídeo)
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Mas durante estes meses também houve quem “defendesse” a Grécia. Além de vários reputados economistas e jornais que divulgavam como a Europa estava a destruir a o país com este impasse nas negocioções, as redes sociais estão cheias de imagens que “demonizam” os credores e os alemães.
Críticas que fazem lembrar outras semelhantes lançadas há uns anos, mas bem mais perto dos portugueses.
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