O Papa Francisco apelou aos líderes muçulmanos reunidos no Cairo a um “forte e claro não” a toda a violência em nome de Deus e alertou para “a instrumentalização” da religião por parte do poder.
Repitamos um forte e claro não a qualquer forma de violência, vingança e ódios cometidos em nome da religião ou em nome de Deus”, disse o pontífice numa conferência internacional de paz que termina esta sexta-feira na capital egípcia.
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O Papa advertiu, neste encontro organizado pela Universidade de Al Azhar, instituição de referência para os muçulmanos sunitas, que os responsáveis religiosos são chamados a “desmascarar a violência que se veste de uma suposta sacralidade”.
Francisco falou aos presentes enquanto “responsáveis religiosos”, defendendo que nessa qualidade devem “denunciar as violações contra a dignidade humana e contra os direitos humanos”.
Vinte dias após os ataques contra a comunidade cristã copta a norte do Egipto, que causaram 46 mortos e foram reivindicados pelo Estado Islâmico, o Papa voltou a condenar o comércio de armas.
Segundo o Papa, para prevenir conflitos e construir a paz, têm de ser eliminadas as situações de “pobreza e exploração, onde mais facilmente atuam os extremismos”, assim como devem ser bloqueados os fluxos de dinheiro e de armas para os que fomentam a violência.
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No seu discurso, o Papa defendeu o diálogo e a abertura aos outros, "reconhecendo os direitos e as liberdades fundamentais, especialmente a religiosa".
O líder católico iniciou esta sexta-feira uma viagem de dois dias ao Egito, país que sofreu este mês atentados contra duas igrejas coptas nas cidades de Tanta e de Alexandria, que mataram 45 pessoas.
Nesta visita, Francisco vai deslocar-se num veículo não blindado e, segundo o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, as medidas de segurança serão iguais às de outras viagens do Papa.
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