Nas eleições no Brasil não falta imaginação aos candidatos na altura da escolha do nome para as urnas eletrónicas ( conheça o método de voto no Brasil). Usam nomes caricatos, bizarros e cheios de sentido de humor para conseguirem, como protesto à classe política, chamar a atenção do eleitorado e, por consequência, mais votos.
No próximo domingo, dia 5, o Brasil escolhe o seu próximo presidente, governadores, senadores e também os deputados federais e estaduais. Nestes últimos a originalidade dos nomes escolhidos para as urnas é sobejamente conhecida.
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Clique na imagem para ver alguns dos nomes mais caricatos das eleições deste ano para deputado federal e estadual no Brasil.
Em 2010, o comediante Tiririca fez sucesso e causou muita polémica, com alegações de não saber ler nem escrever e ser, afinal de contas, um «bobo da corte» conhecido do público pelas suas histórias anedóticas. Apesar de todas as críticas, Francisco Silva, o ator por detrás do palhaço, foi eleito deputado federal. Foi o segundo deputado federal mais votado da história do Brasil. O lema da campanha «Vota Tiririca, pior do que está não fica» conquistou mais de 1,3 milhão de votos.
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Agora, o comediante ambiciona a reeleição e o sentido de humor continua a fazer parte da campanha.
Os analistas consideram o fenómeno como um protesto revelador da insatisfação popular e do descrédito nos políticos. Noutra análise, os candidatos a cargos governativos têm vindo a ser escolhidos pela sua imagem, reputação e fatores da sua vida privada. E o fenómeno não é só brasileiro.
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Para o docente, estamos a assistir a uma viragem no significado dos partidos. «Recuperar a relevância dos partidos, torná-los mais permeáveis às demandas da sociedade e desenvolver estratégias de campanha que mostrem suas efetivas diferenças programáticas e ideológicas são ações que seriam requeridas para sairmos desse contexto, mas não há muita expectativa de que isso venha a ocorrer a curto prazo», sublinhou.
Apesar do descrédito, a aposta no palhaço Tiririca deu frutos e, no final do primeiro mandato, o saldo é positivo em várias frentes. «Curiosamente, não foi dos piores deputados. Foi um parlamentar presente (um dos que tiveram menos ausências nas sessões da Câmara dos Deputados) e produziu projetos de lei visando, por exemplo, à proteção de direitos de artistas circenses. Está longe de ser um deputado dos mais significativos da legislatura, claramente não é um líder na casa, mas não é também dos que tiveram pior desempenho», comentou o jornalista.
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Macaco Tião está de volta
O animal ganhou fama pelo temperamento «especial» que tinha quando era visitado no Zoo. Atirava fezes e lama nos visitantes e nem o ex-autarca Marcello Alencar escapou. Foi capa de jornais e revistas brasileiros e internacionais.
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Naquele ano, Tião conquistou mais de 400 mil votos o que, nos resultados finais, equivaleria ao terceiro lugar entre os 12 candidatos às eleições. O animal de 1,52 de altura e 70 kg de peso tornou-se celebre no Brasil e faz parte do famoso livro «Guinness World Records» como o chimpanzé a receber mais votos no mundo. Morreu de diabetes em 1996, aos 34 anos, e o Rio de Janeiro decretou três dias de luto municipal.
Agora, um jovem publicitário de 27 anos, Tiago Adaldo, resolveu recuperar a imagem mediática do macaco para protestar sobre os políticos e a corrupção. Lançou uma campanha na internet e foram registados como candidatos a deputados federais nove pessoas com o nome Macaco Tião.
Rinoceronte Cacareco, vereador de São Paulo
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Infelizmente o pobre animal não teve oportunidade de festejar a vitória. Para acalmar os ânimos, o rinoceronte foi transferido para o Rio de Janeiro dois dias antes do fecho das urnas. A revista norte-americana «Time», citada pelo site «iG», chegou mesmo a escrever o comentário de um eleitor, «é melhor eleger um rinoceronte do que um asno».
... um mosquito autarca
A Justiça Eleitoral do Espírito Santo anulou a candidatura e o segundo mais votado, Magno Pires da Silva, foi eleito no lugar do Mosquito.
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