Actualizada às 16h50
Os pais de Mari Luz pediram esta segunda-feira que os culpados da morte da filha «caiam nas mãos da justiça» e que a imprensa seja «delicada» e menos persistente num momento «sério». O funeral da menina de cinco anos realizou-se ao início da tarde em Huelva, Espanha, e foi acompanhado por várias centenas de pessoas.
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No final da cerimónia, o porta-voz da família disse aos jornalistas que os parentes da menina estão «destroçados» e apelou à imprensa para que seja «delicada», já que agora é «tempo de chorar e estar na intimidade».
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«O que se puder tornar público será. Pedimos que aguardem notícias em silêncio», disse Luiz Molina, acrescentando que quarta-feira a família dará uma conferência de imprensa para expressar o seu agradecimento público pelo apoio da comunicação social.
O trânsito esteve condicionado na zona do Instituto Forense de Huelva e do cemitério da cidade, onde era também visível um grande número de polícias. Entre a multidão que aguardava a saída do corpo da criança para participar no funeral, estava o presidente da câmara de Huelva, Pedro Rodríguez.
Também esta segunda deverá ser conhecido o resultado da segunda autópsia, exigida pelos pais e realizada por Luís Frontela, um especialista famoso. Cabe, no entanto, ao juiz, decidir se os resultados são divulgados publicamente ou não. Para já, tudo indica que a menina terá morrido por asfixia e que não foi vítima de agressão.
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A possibilidade da menina ter sido morta nas 24 ou 48 horas a seguir ao seu desaparecimento, na tarde de 13 de Janeiro último, não é descartada pelas autoridades que tentam agora perceber o que realmente aconteceu à criança.
«Porquê?»
O porta-voz da família confessou estar cansado de tanta pressão e anunciou que vai deixar de falar em nome dos Cortez, já que o funeral marca o começo de uma «nova luta».
O cortejo fúnebre de Mari Luz partiu da casa mortuária do Instituto Forense de Huelva, onde foi rezada uma missa, em direcção ao cemitério local, situado a cerca de 500 metros. A acompanhar o cortejo estavam largas centenas de pessoas, que quiseram prestar a sua última homenagem à menina. O momento da entrada da urna no gavetão do cemitério foi marcado por muita agitação e tensão, pois todos queriam tocar no caixão branco para se despedirem.
Quando a urna foi finalmente depositada, fez-se um momento de silêncio, apenas quebrado pelos gritos da mãe, que repetia «a minha filha» e perguntava «porquê». O pessoal médico destacado para o local esteve sempre próximo da família e chegou a ter que amparar alguns parentes, visivelmente perturbados, embora ninguém tenha chegado a necessitar de assistência médica.
Recorde-se que Mari Luz Cortés desapareceu no dia 13 de Janeiro quando saiu de casa para ir a uma loja próxima, desencadeando uma extensa operação de busca e um movimento de solidariedade alargado com a família.
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