PUB
Chama-se Abu Ibrahim. O nome engana. É mais um dos milhares de ocidentais que rumou à Síria e ao Iraque para combater nas fileiras do Estado Islâmico.
«Muitos daqueles que chegam, vêm cheios de entusiasmo com aquilo que leram online ou viram no Youtube. Imaginam que é tudo bonito, vitórias e paradas», disse, numa entrevista exclusiva à CBS, com a cara tapada e a voz distorcida.
Ibrahim falou também na presença da Hisbah, a polícia religiosa do Estado Islâmico.
«A sua presença serve para deter ladrões e prevenir maus comportamentos, mas controlam também que tipo de música se pode ouvir, se as mulheres estão suficientemente tapadas ou se os homens estão a deixar crescer as suas barbas».
O homem explicou que o Estado Islâmico vive de sobreaviso com o receio de espionagem e de agentes infiltrados. Aqueles que se tornam suspeitos são, na maioria das vezes, executados.
De besta a herói, Abu Ibrahim teve a coragem de fugir. «Não podia concordar com as «execuções e decapitações dos ocidentais».
PUB
«A principal razão por que saio prende-se com o facto de que não estava a fazer aquilo por que inicialmente fui para lá, para ajudar o povo da Síria».
Abu Ibrahim sabe os riscos que corre, mas corre, contra a maré, contra o Estado Islâmico. Abu Ibrahim pode ter sido aquele que se sabe que fugiu, mas não é o único a não concordar com os princípios do Estado Islâmico e a querer sair.
Com saudades da família e dos amigos, o caminho avizinha-se difícil na clandestinidade e até assumiu que «vai ter saudades dos amigos que deixou, de alguns irmãos, mas do Estado Islâmico não».
PUB