Durante a 57ª entrega dos prémios Grammy, alguns artistas prestaram tributo ao movimento «Black Lives Matter» (as vidas negras importam), este domingo. A iniciativa surgiu no âmbito de sucessivas mortes de jovens negros às mãos da polícia norte-americana.
Nos Estados Unidos, a sociedade tem sido marcada por situações de abuso de força policial e tensão racial. Em fevereiro de 2012, Trayvon Martin, de 17 anos, foi morto pelo vigilante George Zimmerman. Em julho de 2014, Eric Garner, de 43 anos, morreu devido a uma compressão do peito e pescoço, na sequência de uma detenção. No vídeo do incidente, diz 11 vezes «não consigo respirar». Um mês depois, o jovem Michael Brown, desarmado, foi alvejado pelo agente Darren Wilson, no mínimo seis vezes, segundo os médicos legistas. Seguiram-se os casos de Kajieme Powell e Vonderrick Meyers, abatidos com 6 e 17 tiros, respetivamente.
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No início da cerimónia dos Grammys, o cantor Eric Church atuou com uma apresentação de imagens de fundo, centrada em abusos por parte da polícia, guerras e manifestações. Concluiu com a bandeira americana coberta com as palavras «verdade», «solidariedade» e «casa».
Pharrell Williams, um dos grandes vencedores da noite, homenageou Michael Brown com o gesto «Hands Up, Don’t Shoot» (mãos ao alto, não disparem). O sinal surgiu após a morte do jovem e foi utilizado durante protestos, quando o júri decidiu não acusar o agente Darren Wilson. Os dançarinos de apoio usaram sweatshirts com capuz, como Trayvon Martin no dia em que morreu.
Prince, quando entregava o prémio da categoria «álbum do ano» ao cantor Beck, também fez referência ao movimento.
«Os álbuns ainda importam. Como os livros e as vidas negras, ainda importam».
Além do apoio à iniciativa «Black Lives Matter», os artistas também passaram mensagens de união.
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«Quando pessoas de diferentes origens trabalham juntas, podem realizar muito mais», disse a atriz Gina Rodriguez.
«Black Lives Matter»site oficial«Temos de nos unir e corrigir o que está errado», afirmou o artista.
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