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América prepara-se para Palin <i>versus</i> Biden

Debate entre candidatos à vice-presidência vai ser assistido por milhões de norte-americanos. Começa às 2h desta madrugada em Portugal

O primeiro e único debate entre os candidatos republicano e democrata à vice-presidência dos EUA realiza-se esta quinta-feira (2h da madrugada em Portugal), na Universidade Washington, em Saint-Louis, no estado do Missouri. De um lado, Sarah Palin, a controversa governadora do Alaska, que saltou para a ribalta da política norte-americana na condição de perfeita desconhecida. Do outro, Joe Biden, senador desde os 29 anos e um dos mais influentes políticos de Washington, onde se encontra há 35.

Em plena época de furacões nos EUA, Sarah Palin apareceu junto de John McCain como um balão de oxigénio impetuoso, numa campanha em que o vigor do candidato nas sondagens surgia em esforço, na tentativa de aproximação de Obama. A governadora do Alaska surgiu em cena com um ícone da americana comum - como gosta de se apresentar.

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Mãe de cinco filhos, esposa devotada, antiga atleta, vencedora de um concurso de beleza na juventude, ultraconservadora, Palin tem também no currículo, como distinção, o facto de ter sido a primeira mulher e a pessoa mais jovem a chegar à liderança do seu estado.

Dúvidas e polémicas

Mas o deslumbramento inicial acabou dar lugar a dúvidas entre os norte-americanos, com algumas polémicas à mistura. Desde a gravidez adolescente da filha, que acabou por dominar a cena mediática do congresso republicano, às notícias sobre alegados abusos de poder; da falta de conhecimentos de política internacional em algumas entrevistas - em que deixou ameaças ao Irão e a possibilidade um conflito com a Rússia - à tentativa de corrigir a percepção de incompetência nesta área com uma maratona de encontros com líderes mundiais, longe do escrutínio da imprensa, no que foi entendido por muitos analistas como uma tentativa de proteger Palin (que só tem passaporte desde Julho de 2007) de possíveis situações de embaraço.

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Entre a experiência e a gaffe

Se a republicana acena com a sua proximidade ao «americano comum». É precisamente na política internacional que Biden surge com o seu trunfo mais forte. Preside ao comité das Relações Externas do Senado e é admirado, até por parte da esfera republicana, nestas matérias. Aos 65 anos, o democrata apresenta a experiência e conhecimentos como trunfo. Mas numas eleições norte-americanas, em que cada dólar em campanha é pensado no efeito da formalidade nas urnas, isso pode não bastar.

De palavra fácil, Joe Biden poderá ter nessa qualidade um dos principais problemas. Não só pela aversão dos norte-americanos a qualquer atitude paternalista ou de superioridade intelectual, mas também pela tendência de dizer mais do deve, em algumas ocasiões. O New York Times sublinha que a eloquência no discurso do senador do Delaware, por vezes, dá lugar a gaffes, fruto da excessiva «espontaneidade», como quando descreveu Obama como «o primeiro afro-americano eloquente, inteligente e limpo».

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O investigador de ciência política da Universidade do Delaware, Joseph A. Pika, que tem seguido a sua carreira, disse que o segredo para ser bem sucedido no debate desta noite é «ser disciplinado, estar concentrado e tornar os seus pontos de vista mais incisivos do que é seu costume».

Milhões de telespectadores

Ao longo de 90 minutos, os dois candidatos deverão ter sobre si os olhos de milhões de norte-americanos atentos, que a 4 de Novembro vão escolher o próximo presidente dos EUA, mas também alguém ao seu lado em que confiem. De forma especial, numa altura em que a crise financeira ameaça a economia, e os conflitos do Iraque e Afeganistão parecem estar longe de ter fim.

A condução do debate estará a cargo da repórter da PBS Gwen Ifill. A escolha esteve envolvida em polémica, pelo facto da jornalista afro-americana estar a preparar um livro, que se irá chamar The Breakthrough: Politics and Race in the Age of Obama (A Ruptura: Política e Raça na Era de Obama), sobre os percursos do candidato democrata e outros políticos negros nos EUA.

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