Barack Obama esteve numa conferência, na última sexta-feira, no MIT (Massachusetts Institute of Technology) e, num discurso não oficial, mas onde estavam presentes jornalistas, fez declarações sobre as suas preocupações com as redes sociais e os gigantes da Internet. O áudio dessa conferência só foi divulgado esta terça-feira.
O presidente dos Estados Unidos afirmou que plataformas como o Facebook e o Google estão a moldar a cultura e o comportamento social de diversas formas e desafiou ainda os gigantes da Internet a serem mais responsáveis nos efeitos que têm na sociedade dos Estados Unidos.
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As plataformas online são uma enorme força de poder pelo bem. Mas é também verdade que estas plataformas são apenas uma ferramenta. O ISIS pode usar essa ferramenta. Os Neonazis podem usar essa ferramenta”, disse Barack Obama.
Barack Obama referiu que os gigantes da Internet são os distribuidores de conteúdos online, por essa razão deveriam fazer um melhor trabalho. Focados no interesse público e não em moldar a opinião da sociedade.
Têm que ter uma conversa sobre o modelo de negócio, que reconheça que são um bem público, tal como uma empresa comercial”, afirmou.
O Facebook é ainda mais controverso do que o Google neste assunto, porque não tem filtros nas informações, o que facilita a circulação de conspirações e “fake news”, muitas das vezes confundidas com notícias verdadeiras.
Obama mostrou-se ainda preocupado com o modo como os meios de comunicação fazem a cobertura das notícias, sobretudo com a forma como essa cobertura diverge de meio para meio. Muitas vezes, diz, não se distingue o que é facto noticioso e o que é opinião. O modo como tratam as notícias transmite a ideia de que os meios de comunicação seguem ideologias e não o interesse do público, de acordo com Barack Obama.
O ex-presidente dos EUA deu a sua opinião com um olhar político sobre a situação democrática dos EUA, focando o caso das investigações e notícias sobre a alegada influência da Rússia nas eleições norte-americanas. Obama refere: “Isto é Fox News contra The New York Times. Se olharmos para estas diferentes fontes de informação, não descrevem as mesmas coisas. Em alguns casos nem falam das mesmas coisas”.
Obama defendeu que os comentadores, dos meios de comunicação de esquerda, perderam muito tempo focados no problema federal, relativo à interferência dos russos nas eleições de 2016. Enquanto que os comentadores, dos meios de comunicação de direita e os programas de opinião da Fox News, questionavam o trabalho dos próprios investigadores.
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