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Papa em território da máfia: «A corrupção tresanda»

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Francisco profere um dos discursos mais severos em visita à cidade italiana de Nápoles

O Papa acrescentou que «todos nós temos o potencial de ser corruptos e de escorregarmos para a criminalidade». Ao longo do dia cerca de 800 mil pessoas devem visitar a cidade do sul da Itália para saudar o pontífice argentino, que em 2014 declarou guerra ao crime organizado ao «excomungar» todos os mafiosos da Igreja Católica.

O Papa Francisco proferiu, este sábado, um dos discursos mais severos ao afirmar na cidade italiana de Nápoles, no território da máfia, que «a corrupção é suja», que «uma sociedade corrupta fede» e que quem permite a corrupção também tresanda.

De acordo com a AFP, o pontífice católico proferiu aquelas declarações durante um discurso perante dezenas de milhares de pessoas em Scampia, um dos bairros da periferia norte de Nápoles, que está tradicionalmente vinculado à máfia local, a «camorra».

«Quanta corrupção há no mundo. (…) A corrupção é suja e a sociedade corrupta fede. Um cidadão que deixa que o invada a corrupção não é cristão. Tresanda», afirmou Jorge Bergoglio.

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Francisco chegou à zona pobre e dominada pelo crime num papamóvel e imediatamente mergulhou numa multidão de crianças e jovens, dois dos quais conseguiram tirar uma «selfie» com o pontífice.

Já em Nápoles, o Papa aos tema da «camorra». Francisco exortou os mafiosos «a se converterem» e pediu aos jovens que resistam «com firmeza contra as organizações» criminosas.

Na homilia de uma missa, perante milhares de fiéis na Piazza del Plebiscito, o Sumo Pontífice pediu aos napolitanos que não deixem que lhes roubem a esperança e não cedam à tentação do dinheiro fácil e desonesto, porque «isso é pão para hoje mas fome para amanhã».

«Isso não traz nada de bom. Reajam com firmeza contra as organizações que exploram e corrompem os jovens, os pobres e os débeis, com o cínico tráfico de droga e outros crimes», acrescentou.

A segurança foi reforçada para esta visita, devido aos riscos decorrentes de «gangsters» com rancor e porque o Papa foi também ameaçado pelo grupo Estado Islâmico, pelo que viagens fora do Vaticano são consideradas oportunidades para tentativas de assassinato.

Depois de um massacre num museu da Tunísia esta semana, reivindicado pelo Estado Islâmico, todos os olhos estão na segurança do Papa, com três mil polícias extra colocados ao longo da rota que Francisco vai seguir, incluindo atiradores nos telhados. Antes da chegada a Scampia, Francisco omeçou o dia na antiga cidade romana de Pompeia.

Mais tarde deverá realizar missa na Piazza del Plebiscito, no centro histórico de Nápoles, perto do Golfo de Nápoles, antes de visitar a superlotada prisão Poggio Reale da cidade, onde estão 2.500 presos num espaço criado para 1.400.

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