Já fez LIKE no TVI Notícias?

Mapa de variações de ADN pode ajudar a combater doenças

Cientistas de seis países estabeleceram os padrões das pequenas variações de ADN que distinguem as pessoas umas das outras, o que irá acelerar a procura dos genes promotores de doenças comuns como a diabetes

Cientistas de seis países estabeleceram os padrões das pequenas variações de ADN que distinguem as pessoas umas das outras, o que irá acelerar a procura dos genes promotores de doenças comuns como a diabetes.

O mapa representa "uma verdadeira mudança no modo como estudamos a genética das doenças", afirmou David Altshuler, o responsável do projecto, que inclui mais de 200 investigadores.

PUB

Os cientistas querem detectar genes relacionados com doenças como meio de diagnóstico, previsão e desenvolvimento de tratamentos.

Ao darem pistas sobre os suportes biológicos das doenças, esses genes poderão sugerir estratégias para o desenvolvimento de terapias.

Os genes que predispõem as pessoas para doenças comuns - desde a doença cardíaca ao cancro, a diabetes, a asma e a outras - são muito difíceis de encontrar.

Mas o novo "HapMap" (do termo haplotipo usado na genética, que significa um grupo de variantes associadas) abre caminho ao lançamento da busca generalizada desses genes no ADN (ácido desoxirribonucleico), explicou Altshuler, que faz investigação no Broad Institute, um centro onde converge a colaboração entre a Universidade de Harvard, o Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) e o Hospital Geral de Massachusetts.

Não se sabe ainda quantos genes serão encontrados, nem qual a utilidade que terão, adiantou o investigador, acrescentando que este trabalho só produzirá novos tratamentos dentro de cinco a dez anos, ou mais.

PUB

O "HapMap" já serviu para descobrir um gene ligado à degeneração macular, uma doença oftalmológica, segundo outro participante no projecto, Lincoln Stein, do Cold Spring Harbor Laboratory de Nova Iorque.

O mapa, cujo projecto contou com a participação de cientistas do Canadá, China, Estados Unidos, Japão, Nigéria e Reino Unido, vem hoje descrito na revista Nature.

O projecto analisou amostras de ADN de 269 pessoas da Nigéria, Pequim, Tóquio e Utah (EUA).

O ADN humano consiste em mais de três milhões de blocos de construção cujas sequências formam genes, como as letras formam palavras. Para duas pessoas não relacionadas, essas letras são 99,9 por cento iguais. Mas isso permite a existência de milhões de diferenças de uma só letra, chamadas SNP (ou "snips") que explicam a variação genética entre as pessoas.

O "HapMap" mostra como mais de um milhão desses SNP formam padrões: uma pessoa com uma versão particular de um SNP tem também uma elevada probabilidade de ser portadora de versões particulares de outros SNP.

PUB

Esta formação em cacho simplifica imenso a tarefa de analisar que variações tem uma pessoa, porque não é necessário analisá-las todas.

Por outro lado, isto permite aos cientistas usar grandes quantidades de SNP como marcadores para encontrar genes promotores de doenças ou determinar a resposta de uma pessoa a um determinado medicamento.

Não é ainda claro como é que o projecto contribuirá para a saúde humana, escrevem David Goldstein e Gianpiero Cavalleri, da Universidade de Duke, num editorial na Nature. Mas ajudará muito os cientistas a encontrar variantes genéticas que prevejam a resposta de um paciente a determinados tratamentos, que poderá um dia ser usada para guiar o tratamento dos pacientes, concluem.

PUB

Últimas