Ninguém pode dizer com certeza o que vai acontecer este sábado.
Antes de cada Eurogrupo há sempre informações sobre o acordo ou o desacordo e depois o que sucede são repetições de reuniões.
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A única certeza é que a negociação seguirá.
Angela Merkel convoca Alexis Tsipras para aceitar a proposta das instituições.
A chanceler alemã caracteriza esta proposta como «generosa», mas é preciso perceber que esta «generosidade» se traduz em decisões difíceis e em medidas duras, que afetam cidadãos esgotados por cinco anos de políticas de austeridade extremas.
Temos que esclarecer que, como não há provisão para a dívida da Grécia, uma solução definitiva não vai existir e é nisto que insiste o governo grego.
Se não se tomarem decisões sobre a sustentabilidade da dívida, simplesmente vamos fazer o mesmo debate todos os seis meses. Tsipras tem forte capital político O primeiro-ministro grego tem um forte capital político.
Foi eleito há apenas cinco meses e é considerado «limpo». Por agora tem o apoio do povo.
As eleições de 25 de janeiro deram-lhe um mandato para uma «mudança na política, mas dentro do euro.
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O senhor Tsipras está a tentar isso honestamente, mas os parceiros europeus não ajudam – e colocam-lhe constantemente impedimentos.
Se as negociações se arrastarem por muito mais tempo ou se o primeiro-ministro tomar medidas semelhantes às do governo anterior, o seu capital político irá evaporar-se muito rapidamente. Maturidade e paciência dos gregos O povo grego tem demonstrado grande maturidade e paciência ao longo dos últimos cinco anos.
A Grécia tem forte vontade de continuar a ser um país dentro do Euro, mas ninguém quer simplesmente receber dinheiro emprestado sem qualquer perspectiva de desenvolvimento.
É isto que os gregos pedem aos europeus: que se mude uma política errada, que põe em risco não só a posição da Grécia no Euro, mas também a própria integração europeia.
A recessão não é curada pela austeridade, mas sim com uma política fiscal expansionista. Pedimos uma oportunidade para voltar a crescer, não queremos ser um «peso» para ninguém. Ninguém quer o «Grexit»
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Mesmo que ainda não tenhamos chegado a um acordo, o «Grexit» é um cenário que ninguém quer e que a UE não vai aguentar.
Não é apenas uma questão económica. É uma questão de confiança e de solidariedade.
O que travou os líderes europeus de dar solução definitiva são os interesses conflituantes entre a Europa e o FMI, mas também o facto de que os líderes da UE não estão à altura do desafio.
Quando se é convidado a tomar decisões históricas, não se pode pensar no custo político de curto prazo.
*Chefe de redação do News247.gr
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