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Egito: oito homens condenados por vídeo de «casamento gay»

Foram condenados a três anos de prisão depois de o vídeo, que se tornou viral na Internet, ter sido considerado uma «ofensa»

Um tribunal do Egito condenou, no sábado, oito homens a três anos de prisão por terem aparecido num vídeo que alegadamente mostrava um casamento homossexual.

O vídeo em causa, que se tornou muito popular na Internet depois de ter sido partilhado no Youtube em setembro, mostra dois homens a dar um beijo, a trocar alianças e a festejar com alguns amigos. Terá sido filmado numa festa de aniversário num barco, no rio Nilo.

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Os arguidos sempre negaram as acusações e, no sábado, permaneceram em silêncio enquanto conheciam o veredicto. À porta do tribunal, alguns apoiantes protestaram contra a condenação dos homens.

Os oito indivíduos foram detidos em setembro depois de um procurador do Egito ter considerado o vídeo «uma vergonha para Deus» e «uma ofensa aos princípios morais públicos».

Na última audição, que ocorreu a 11 de outubro, um porta voz do departamento forense do Ministério da Justiça insistiu que os homens estavam inocentes.

«Todo este caso está feito e não tem bases sustentadas. A polícia não os prendeu em flagrante e o vídeo não prova nada », disse Hesgam Abdel Hamed.

Os homens foram sujeitos a exames médicos para averiguar as suas práticas sexuais, algo que é muito comum no Egito e que a associação para os direitos humanos «Human Rigths Watch» tem denunciado, e os resultados dos testes não apoiam as acusações, segundo Hesgam Abdel Hamed.

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«Os testes médicos mostram que os oito homens não tiveram relações homossexuais recentes ou no passado», declarou Hamed.

No Egito, apesar de a homossexualidade não ser ilegal, é considerada um tabu e é alvo de discriminação. Num dos casos do género com maior exposição mediática, que remonta a 2001, 52 homens foram presos por alegadamente serem homossexuais. Mais recentemente, em abril, quatro homens foram condenados a oito anos de prisão por alegadamente terem tido relações homossexuais em festas.

A «Human Rights Watch» alertou, em setembro, para o facto de as autoridades egípcias perseguirem, prenderem e torturarem de forma sistemática indivíduos suspeitos de terem relações homossexuais.  

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