A opinião pública espanhola está em choque com o caso inédito da infanta Cristina, que foi constituída arguida no caso de corrupção que envolve o marido Iñaki Urdangarin.
A filha mais nova do rei Juan Carlos pode, entretanto, deixar de ser arguida pois o procurador do caso vai recorrer da decisão nesta sexta-feira.
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Desde quarta-feira que está montado o circo mediático à porta da casa da infanta, em Barcelona.
Nem ela nem qualquer outro membro da família real falou ainda em público da indiciação da princesa como arguida no caso em que o marido é suspeito de apropriação indevida de seis milhões de euros de dinheiro público.
Instado pelos jornalistas a comentar, o chefe do Governo foi parco em considerandos.
Mariano Rajoy foi conciso a defender que a constituição da filha do rei como arguida não é caso para manifestar estados de ânimo. Mas o chefe da diplomacia do Governo de direita fez precisamente isso horas antes.
A enorme preocupação não é partilhada pelo PSOE. A número dois dos socialistas na oposição prefere destacar a parte boa da notícia, a mensagem para o mundo de que em Espanha ninguém está acima da lei.
E, por isso, pede neutralidade ao Governo, ao Parlamento e, claro, à casa real.
Um apelo que vem já depois de um ato nada neutral do palácio da Zarzuela. Logo na quarta-feira, a casa real manifestou-se surpreendida pela decisão do juiz e afirmou estar em total acordo com o recurso que o procurador do caso interpõe esta sexta-feira.
Um braço-de-ferro entre magistrados, na mesma altura em que o príncipe Filipe discursou no início de funções de 230 novos juízes.
O recurso do procurador para fazer com que a infanta Cristina deixe de ser arguida pode demorar três semanas a ser apreciado pela audiência provincial e o juiz já pondera adiar a audição da princesa para lá do dia 27.
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