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À procura de Amelia Earhart, 75 anos depois

A primeira mulher a destacar-se no mundo da aviação desapareceu misteriosamente no Pacífico em 1937. Uma autêntica história de detetives, que poderá estar prestes a conhecer o fim

A aviadora Amelia Earhart tinha 39 anos quando desapareceu algures no Oceano Pacífico. Já lá vão 75 anos sem que ninguém tenha conseguido desvendar o mistério, mas um grupo de especialistas acredita que desta é de vez.

No dia 2 de julho de 1937, na fase final de um voo de volta ao mundo no seu Lockheed Electra, a voz de Amelia ouviu-se pela última vez: pelo rádio, avisava que não conseguia encontrar a ilha Howland e que estava a ficar sem combustível. A aviadora e o navegador que a acompanhava, Fred Noonan, tinham partido da Nova Guiné com destino à Califórnia e precisavam de parar para abastecer o aparelho.

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A hipótese mais defendida é que caíram no mar e não sobreviveram, mas a dificuldade em confirmá-la deu azo a várias teorias da conspiração.

O empenho do presidente dos Estados Unidos da altura, Franklin Roosevelt, que ordenou várias missões de busca, motivou aqueles que ainda hoje acreditam que Amelia Earhart era, afinal, uma espiã ao serviço da administração norte-americana, que terá sido capturada e executada pelos japoneses. O filme «Flight for Freedom» e vários livros defenderam essa tese, chegando mesmo a revelar o exato local onde os pilotos teriam sido enterrados. No entanto, uma simples escavação demonstrou que não havia cadáveres na ilha de Tinian.

Já a série «Undiscovered History», exibida pelo National Geographic, contou a história segundo a qual Amelia completou a volta ao mundo, mas decidiu mudar de identidade e instalar-se em New Jersey para viver sem o peso da fama. Irene Craigmile Bolam, a banqueira que muitos acreditavam ser a aviadora, teve de avançar com um processo judicial para travar os rumores, mas ainda há quem investigue todos os pormenores da sua vida para tentar confirmar a teoria.

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Uma equipa de buscas do Grupo Internacional para a Recuperação de Aviões Históricos (TIGHAR) parte para a ilha de Nikumaroro no dia 2 de julho, exatamente 75 anos depois do desaparecimento da pioneira da aviação.

«Desta vez, vamos procurar destroços do avião», disse o responsável do TIGHAR, Richard Gillespie, à AFP.

Este grupo acredita na possibilidade de Amelia e Fred se terem despenhado na pequena ilha de Nikumaroro, que não era habitada na altura e que fica a cerca de 480 quilómetros da ilha Howland, e terem sobrevivido durante um período de tempo desconhecido.

As análises ao ADN dos fragmentos de osso encontrados até ao momento foram inconclusivas, mas Richard Gillespie acredita que desta vez podem ser encontrados restos mortais dos dois pilotos.

Esta é a décima vez em 23 anos que o grupo parte à procura de Amelia Earhart, detentora de vários recordes da aviação, incluindo o de primeira mulher a atravessar o Atlântico pelo ar. Até agora, foram descobertos vários objetos típicos da década de 30 na ilha que nos fazem acreditar no milagre: um pote de creme para o rosto, um canivete, o salto de um sapato de mulher e esqueletos de pássaros aparentemente cozinhados sobre uma fogueira.

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Os colonos que chegaram a Nikumaroro depois de 1937 descreveram a existência de destroços. A expedição de 20 cientistas, que partirá do Hawai, vai procurá-los durante pelo menos 10 dias na ilha e no recife subaquático que a rodeia.

Os especialistas vão equipados com tecnologia de ponta, como a utilizada para encontrar as caixas negras do voo da Air France que se despenhou no Atlântico, em 2009.

O TIGHAR tem um orçamento de cerca de dois milhões de dólares de um fundo privado, mas conta com a assistência técnica e diplomática do governo norte-americano. No final da expedição, será realizado um documentário para o canal Discovery.

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