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Chávez, o autoproclamado defensor dos desfavorecidos (perfil)

Presidente venezuelano lutou pela revolução bolivariana até ao último momento

Nasceu a 28 de Julho de 1954, em Sabaneta, numa modesta família de professores e sonhava ser jogador de basebol. Ao terminar os estudos na Academia Militar da Venezuela, Hugo Rafael Chávez Frías matriculou-se na Universidade Simón Bolivar, em Caracas.

Militar de formação, ingressou no exército em 1971, desenvolvendo paralelamente atividades políticas, o que o levou a fundar, em 1982, o Movimento Bolivariano Revolucionário 200, em homenagem ao general Simón Bolívar, militar e político venezuelano responsável pela independência de vários países da América Latina.

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No mesmo ano encabeçou um golpe de Estado contra o presidente Andrés Pérez. O golpe fracassou e, depois de dois anos na prisão, Chávez disse que «vão surgir novas situações e o país tem que seguir para um destino melhor».

Quando foi libertado, em 1994, depois de uma amnistia do Presidente que substituiu Pérez, Rafael Caldera, fundou a «Quinta República», a versão civil do seu movimento revolucionário.

Em 1998, apresentou-se a eleições com o slogan «açoite à oligarquia e o herói dos pobres». Autoproclamou-se defensor dos mais desfavorecidos e prometeu acabar com a corrupção no país.

As promessas foram bem recebidas pelos venezuelanos, que lhe deram uma vitória com grande margem nas urnas. Ao tomar posse, e considerando a Constituição moribunda, fez um referendo para fundar uma nova Assembleia Constituinte. Venceu com 92% dos votos e um ano depois redigiu uma nova Constituição.

Foi reeleito em 2000 e rebatizou o país como República Bolivariana da Venezuela. Mas os atentados de 11 de Setembro em Nova Iorque mudaram o Mundo e a Venezuela não foi exceção. A queda dos preços do petróleo desencadeou uma grave crise económica.

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As medidas tomadas por Chávez no período de crise, sobretudo a reforma agrária e a nacionalização do setor petrolífero, não foram bem recebidas por grande parte da população. Seguiram-se várias greves organizadas pela oposição e patronato e em 2002 o clima de tensão culminou num golpe de Estado contra Chávez. O presidente venezuelano foi, no entanto, libertado pelos seus apoiantes 24 horas depois.

Ao longo dos seus mandatos financiou programas sociais defendidos pela revolução bolivariana. Milhares de venezuelanos puderam ir à escola, alimentar-se e receber assistência sanitária. A pobreza diminuiu consideravelmente, mas as desigualdades mantiveram-se, tal como a fragilidade de uma economia que é dependente do petróleo.

A nível internacional, sempre se assumiu como inimigo do capitalismo norte-americano e dos Estados Unidos, que chegou mesmo a considerar culpados pelo seu cancro.

Fez acordos económicos e diplomáticos com Ahmadinejad para construir um «eixo do bem» que se opusesse ao imperialismo norte-americano. As relações com Fidel Castro também foram sempre boas e foi este que o apoiou quando, em 2011, descobriu que tinha um cancro, tendo recebido o apoio e tratamentos em Cuba.

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Fora do país sempre manteve a imagem de provocador, que irritava uns e divertia outros. Recorde-se o dia em que foi mandado calar pelo rei de Espanha.

O cancro não o impediu de se apresentar as eleições, pela quarta vez, em 2012. Nem a Constituição, de onde em 2009 tinha sido excluído o limite de mandatos.

No dia 8 de dezembro, um mês antes do início do quarto mandato, Chávez anunciou uma recaída e marcou-se uma nova operação em Cuba. Depois de mais de dois meses internado, regressou à Venezuela no dia 18 de Fevereiro.

Hugo Chávez tentou garantir a sobrevivência da «revolução bolivariana» até ao último momento. Pediu ao seu governo, ao seu partido e ao exército lealdade ao seu sucessor, Nicolas Maduro.

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