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Coreia do Norte promete apartamentos e empregos a desertores

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Forças de segurança renovam tentativas para persuadir cidadãos que fugiram do país a regressarem da Coreia do Sul

As forças de segurança da Coreia do Norte, na região da fronteira nordeste do país, estão a renovar as tentativas para persuadir os desertores a regressarem da Coreia do Sul, de acordo com fontes de dentro do país.

Uma fonte naquela região, citada pelo jornal inglês «The Guardian», refere que a reunião de comunidade (ou inminban), em que os norte-coreanos têm de participar de forma regular, foi recentemente dominada por uma palestra sobre as instruções proferidas pelos serviços de segurança.

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«Na reunião foi dito que se alguém entrar em contacto com os familiares que desertaram, então devem dizer-lhes [o seguinte]: mesmo que você tenha traído a Pátria Mãe, a sua cidade natal, os seus pais, irmãos e irmãs, se, em seguida, regressar à Pátria Mãe, você não só será perdoado; como também lhe serão dados um apartamento e um emprego para incentivá-lo a trabalhar de forma árdua. Estes são os desejos do nosso General», referiu a fonte da província de Hamkyung Norte, citando o orador na palestra.

«A maioria das presidentes destas reuniões menciona que as pessoas que voltaram para o Norte já estão a viver bem», prosseguiu a fonte. «Elas disseram que os desertores não foram levados para campos de reeducação e que lhes foram dados apartamentos. Desta forma, elas estão a incitar a população a tentar convencer os membros da família que desertaram a voltar para aqui», acrescentou.

Algumas pessoas que voltaram da Coreia do Sul para Hyesan, em Yangkang, e Yeonsa County, em Hamkyung Norte, supostamente receberam apartamentos. Mas também teriam sido postas a trabalhar nas minas e nos campos, fazendo com que a população local conclua que elas estão a ser «revolucionalizadas».

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O termo «revolucionalizado» significa que, uma vez que agiram contra as políticas, as ordens e a linha do Partido no poder, os fugitivos que regressam ao país precisam de ser reeducados através de trabalho árduo e doutrinação ideológica adicional.

As pessoas têm expressado sentimentos mistos em relação às tentativas oficiais de seduzir os fugitivos a regressarem à Coreia do Norte. Por um lado, muitos acham que «as pessoas que abriram os olhos para aquela sociedade [capitalismo na Coreia do Sul] nunca vão cair [perante a oferta de um apartamento e de um trabalho]», afirmou a fonte do «The Guardian». «Se os agentes de segurança não estivessem vinculados pelas próprias funções, eles rir-se-iam disso como nós», acrescentou.

Por outro lado, há outros que se mostram impressionados com a habitação gratuita e a oferta de emprego. A repatriada mais notável, que é dada como um exemplo proeminente de que o Estado mantém a promessa, é a desertora Pak Jong-suk, que voltou ao país em maio de 2012 e, logo de seguida, participou de uma conferência de imprensa para criticar o governo da Coreia do Sul. Muitas pessoas estão conscientes de que «mesmo que ela tenha traído o país e a família, ela está a viver bem com o filho em Pyongyang», concluiu a fonte.

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