Esqueça tudo o que sabe porque, de certeza, que não sabe que um adulto «é uma pessoa que em tudo o que fala, primeiro fala de si mesmo» ou que o dinheiro é uma «coisa de interesse para os outros e com ele se fazem amigos e, sem ele, se fazem inimigos».
As definições são da autoria de Andrés Felipe Bedoya, de oito anos, e Ana María Noreña, de 12 anos, duas crianças colombianas, que participaram num dicionário muito especial, um acervo das definições que as crianças dão às palavras, recolhido por um antigo professor.
PUB
Javier Naranjo publicou «Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças» pela primeira vez em 1999 e o livro foi agora reeditado. Catorze anos depois, os meninos de então são adultos, mas as suas definições não perderam a atualidade, como aquela de Sara Martínez, de sete anos, que concluiu que a violência é a «a parte ruim da paz». Ou guerra, que é «gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz», para Juan Carlos Mejía, de 11 anos.
E, com o dedo deslizando pelas folhas, podíamos continuar a ler as quase 500 explicações que crianças, em média entre os oito e os dez anos, deram ao professor que só corrigiu a pontuação e a ortografia. De resto, as definições foram publicadas em estado puro, como puras são as crianças. À BBC, Javier Naranjo disse: «Nós adultos somos condescendentes quando falamos com as crianças e deve ser o contrário. Mais que nos baixarmos, temos que ficar à altura deles. Estar à altura deles é inclinarmo-nos para olhar as crianças nos olhos e falar com elas cara a cara. Escutar as suas dúvidas, os seus medos e os seus desejos».
PUB