Quando Barack Obama tomou posse como presidente dos Estados Unidos, em 2009, o mundo acreditou que a mudança tinha chegado. No entanto, três anos depois, a imagem do homem que gritou «Yes, we can» já não está assim tão imaculada.
Segundo uma sondagem do instituto Pew, a popularidade de Obama já teve melhores dias e a aprovação das suas políticas internacionais está em queda abrupta.
PUB
Os chineses são os mais descontentes neste aspeto. Dos 57% que, em 2009, esperavam grandes feitos, apenas 27% os constataram até agora. Já os europeus são os menos afetados com a política internacional de Barack Obama (de 78% em 2009 para 63% agora).
Entre os 21 países auscultados no inquérito, os europeus (80%) e os japoneses (74%) são os que mais confiam no presidente dos EUA. O Japão, aliás, é a nação onde as atitudes favoráveis em relação aos norte-americanos melhoraram mais (de 59% em 2009 para 72% em 2012). Os autores da sondagem recordam que, após o tsunami, o Prémio Nobel da Paz foi dos presidentes que mais ajudou o país na reconstrução.
Já os países muçulmanos são os que menos confiam no presidente dos EUA (apenas 24%), mas é novamente na China que a queda foi maior: de 62 para 38% em apenas três anos. O instituto Pew frisa que a luta pelo estatuto de maior economia mundial pode justificar estes números.
Quanto à imagem da América, é de notar que, na Jordânia e no Paquistão, os Estados Unidos estão agora mais mal vistos do que com Bush, em 2008. Desde que Obama ganhou as eleições, os europeus agravaram as atitudes em relação aos norte-americanos em sete pontos percentuais e os mexicanos foram os que pioraram mais: de 69 para 56%.
PUB
Apesar destes números, a maioria dos países continua a apoiar a reeleição de Barack Obama, subretudo na Europa. 92% dos franceses e 89% dos alemães querem um novo mandato. Só no Médio Oriente é que não querem mais Obama, com 76% dos egípcios, por exemplo, a desejarem a sua derrota.
Outro dos domínios em que o presidente norte-americano tem piorado a sua imagem é no âmbito militar. Em 2009, 45% dos inquiridos um pouco por todo o mundo esperavam que Obama tivesse em conta os seus interesses. Agora, só 27% acredita que o fez.
A maioria mostra um grande desagrado com a política de ataques aéreos para abater alvos considerados terroristas, sobretudo no Paquistão, no Iémen e na Somália. Interessante sublinhar que 62% dos norte-americanos aprovam esta opção, portanto, Obama está a fazer a vontade aos seus eleitores, mas não ao mundo.
Em 2009, 45% dos inquiridos esperavam que Barack Obama procurasse aprovação internacional antes de usar a força militar. Em 2012, só 29% acredita que o governante procurou ouvir outros países antes de tomar decisões.
PUB
Em relação ao conflito entre Israel e a Palestina, em 2009, 46% dos inquiridos esperavam que Obama fosse justo com os dois lados, mas apenas 18% diz que o foi até agora. Já quanto às alterações climáticas, há três anos eram 56% os que acreditavam que tomasse medidas para travar o aquecimento global e agora são só 21% os que constatam que já as tomou.
O índice de popularidade Barack Obama ronda agora os 61% por todo o mundo, à frente da chanceler alemã Angela Merkel (45%) e do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, (39%).
A sondagem do instituto Pew foi realizada entre os dias 17 de março a 30 de abril.
PUB