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Portas admite que Evo Morales «pode ter razões de queixa»

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Paulo Portas contactou na terça-feira o seu homólogo boliviano para emitir uma «palavra de reparação» do Governo

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, contactou na terça-feira o seu homólogo boliviano para emitir uma «palavra de reparação» do Governo e admitir que o Presidente Evo Morales «pode ter razões de queixa» sobre os acontecimentos que decorreram no seu voo de Moscovo para La Paz.

Paulo Portas «tomou a iniciativa de falar com o seu colega boliviano, na passada terça-feira, oferecendo uma «palavra de reparação» por parte do Governo português, como contributo de Portugal para superar a tensão entre os países Mercosul e os países da UE», refere hoje uma nota enviada à Lusa pelo porta-voz do ministro.

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O comunicado sublinha ainda que, no decurso da conversa telefónica com o seu homólogo boliviano David Choquehuanca, Paulo Portas considerou que a «palavra de reparação» era devida «porque o Presidente Morales pode ter razões de queixa quanto às situações criadas no espaço aéreo europeu aquando da sua viagem de Moscovo para La Paz».

A nota divulgada pelo porta-voz, Miguel Guedes, especifica que o MENE tomou esta iniciativa «depois de ter reunido demoradamente com os embaixadores do Mercosul na segunda-feira, sublinhando assim a singularidade da posição portuguesa, já que o nosso país sempre autorizou o sobrevoo do seu território, informou antecipadamente as autoridades bolivianas das suas decisões e não exigiu quaisquer garantias sobre a composição da comitiva do Presidente Morales».

O texto sublinha ainda que o chefe da diplomacia portuguesa «considera da maior importância o relacionamento entre os países da UE e do Mercosul e reafirmou a prioridade atribuída por Portugal à proximidade com a América Latina».

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Na conversa telefónica na passada terça-feira, concluiu a nota, Paulo Portas convidou ainda o seu homólogo boliviano David Choquehuanca «para, em breve, visitar Portugal».

O avião do Presidente boliviano Evo Morales foi impedido no dia 1 de julho de sobrevoar o espaço aéreo de vários países europeus por suspeita de que se encontraria a bordo o ex-consultor da NSA Edward Snowden, procurado pelos Estados Unidos, o que gerou um incidente diplomático.

Portugal impediu a aterragem para uma escala da aeronave por «considerações técnicas», segundo referiu na ocasião um comunicado do MNE.

Numa posterior audição parlamentar na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, em 9 de julho, Paulo Portas assegurou que o Governo português autorizou «atempadamente» o sobrevoo em território nacional do Presidente da Bolívia e não colocou em risco a vida de Evo Morales e da sua comitiva.

Portas também assegurou na audição que a soberania de Portugal e da Bolívia foram «inteiramente respeitadas», mas optou por não se pronunciar sobre a eventual proibição de aterragem, ou a emissão de um pedido de desculpas às autoridades da Bolívia.

Os países latino-americanos do Mercosul, Unasur e a própria Organização de Estados Americanos (OEA) exigiram os Governos de Portugal, Espanha, França e Itália explicações sobre este incidente.

Em 12 de julho, reunidos em Montevideu, os Presidente dos países do do Mercosul (Uruguai, Argentina, Brasil, Venezuela e Bolívia), concordaram em chamar os embaixadores dos quatro países europeus em causa para explicarem as razões dos impedimentos de sobrevoo e aterragem ao avião que transportava o Presidente da Bolívia.

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