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MH17: as vidas perdidas e a última viagem das vítimas

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Os restos mortais de pelo menos 50 pessoas chegaram esta quarta-feira à Holanda

Um primeiro grupo de corpos das vítimas da tragédia com o avião da Malaysian Airlines fez, esta manhã, a viagem rumo a casa, onde serão sepultados e onde os familiares lhes podem prestar uma última homenagem.

Os restos mortais de 50 das vítimas chegaram esta quarta-feira à Holanda.

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A maioria das 298 vítimas - 193 - era holandesa. Esta quarta-feira, dois aviões (um holandês e outro australiano) transportaram os primeiros corpos. De acordo com a CNN, não foi divulgado o número de corpos em cada avião.

Elementos da casa real holandesa e do Governo, bem como familiares das vítimas esperaram os corpos no aeroporto. Depois de uma curta homenagem, os corpos foram encaminhados para uma estrutura militar forense, onde serão identificados. Só depois serão devolvidos às famílias.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, alerta que o processo pode demorar semanas ou mesmo meses.

Histórias de dor

Pode então demorar para que Silene Fredriksz-Hoogzand sepulte o filho e a namorada dele. Juntos, como faz questão que seja. Ela tinha oferecido umas férias no Bali ao casal, de 23 e 20 anos, para os ajudar a ultrapassar a dor da morte da mãe da jovem há pouco mais de dois meses.Silene nem sequer sabe se o filho e aquela que seria sua nora estão neste primeiro grupo de corpos que deixou já a Ucrânia.

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Hans de Borst perdeu a única filha na tragédia. Tinha apenas 17 anos. No domingo, Hans escreveu uma carta que publicou online, onde descrevia o potencial e os sonhos da jovem. Mas a carta tinha um destinatário concreto: Vladimir Putin, a quem culpa pela tragédia. A mãe da jovem, o padrasto e o meio-irmão também morreram. Também Hans não sabe quando pode prestar uma última homenagem à filha.

Os três irmãos Mo, Evie e Otis Maslin viajavam no voo MH17 de Amsterdão para Kuala Lumpur, acompanhados do avô Nick. De acordo com o jornal australiano «Herald Sun», o destino final era a Austrália. Mo tinha 12 anos, Evie tinha 10 e Otis tinha 8. As três crianças australianas tinham estado de férias pela Europa com os pais e regressaram mais cedo a casa, com o avô que entretanto fora a Londres em trabalho, por causa do início das aulas. Os pais ainda ficaram para mais uns dias de viagem pela Holanda. Também Rin e Anthony não sabem ainda quando poderão sepultar os três filhos e o pai de Rin.

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Guerra de números

Na verdade, nenhuma destas famílias sabe se, entre os primeiros 50 corpos que hoje partiram da Ucrânia, estão os seus familiares. As várias fontes dão mesmo informações contraditórias sobre quantos corpos foram já recuperados do cenário da tragédia.

Uma fonte oficial malaia fala em 287 corpos recuperados e ainda 87 partes de corpos. Os mesmos números avançados por fontes ucranianas.

Mas fontes holandesas apenas confirmam que 200 corpos foram transportados num comboio refrigerado desde a zona da tragédia.

Certo é que pelo menos 16 corpos estão desaparecidos. Pode nem ser fácil encontrá-los, já que os destroços do avião se espalham por vários quilómetros, numa região controlada pelos rebeldes pró-russos.

Corpo de criança cai junto a orfanato

A tragédia do voo MH17 provocou traumas para a vida também nas crianças do orfanato da aldeia de Rozsypne, na Ucrânia. Brincavam no recreio e viram um avião explodir.

Uma professora citada pela CNN conta que os meninos viram o corpo de um rapaz cair do céu e atingir a terra, muito perto do local onde brincavam. «Eles gritavam: "São mortos!"», conta.

O corpo de uma mulher caiu perto dali também, perante o olhar aterrado das crianças. A professora conta que, enquanto algumas gritavam, outras ficaram em choque.

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