As delegações de vários países abandonaram a sala onde decorre a Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, das Nações Unidas, quando o presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, discursava. Entre os países que abandonaram a sala estiveram os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A delegação norte-americana classificou o discurso de Ahmadinejad como uma série de «acusações selvagens». «A nossa delegação, assim como outras, deixou a sala por causa de uma série de graves acusações que foram feitas», justificou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, esta segunda-feira, citado pela Reuters.
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Ahmadinejad foi o único chefe de Estado presente no encontro dos 189 signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, na década de 1970. Entre as declarações polémicas, o presidente do Irão pediu a suspensão dos Estados Unidos da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), por ter sido o único país a lançar uma bomba atómica e «ter utilizado armamento com urânio na Guerra do Iraque».
«A presença e influência política deste país impediu até o momento que a AIEA cumpra com seu mandato», disse ainda Ahmadinejad.
No discurso desta segunda-feira, Ahmadinejad reiterou posições já conhecidas sobre o programa nuclear do Irão e pediu também o «fim de toda cooperação nuclear com os países que não são membros do Tratado de Não-Proliferação (TNP) e que se puna os que as mantenham». Uma referência indirecta a Israel, que não é signatário do TNP e tem um suposto arsenal atómico.
O presidente iraniano também não poupou críticas ao Conselho de Segurança da ONU, que acusou de «injusto e ineficiente» e de «estar ao serviço dos interesses dos estados com armamento nuclear».
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