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Wikileaks: EUA espiavam responsáveis da ONU

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Jornais de todo o mundo começaram a divulgar mais de 250 mil correspondências trocadas entre diplomatas americanos. De Israel e da Arábia Saudita chegavam pressões para atacar o Irão

Os jornais The New York Times (EUA), Le Monde (França) e The Guardian (Grã-Bretanha) começaram a publicar, este domingo, o conteúdo dos cerca de 250 mil correspondências trocadas entre diplomatas americanos e divulgados pelo site WikiLeaks.

Pouco antes, a Wikileaks queixava-se de estar a ser vítima de um ataque informático, mas isso não impediu a publicação dos documentos.

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Os documentos indicam que os Estados Unidos ordenaram espionagem a respeito de diversos altos funcionários da ONU, incluindo o secretário-geral, Ban Ki-moon. Um comunicado assinado pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e enviado a diplomatas americanos em Julho de 2009 pede «dados biométricos detalhados» e informações técnicas, como senhas usadas em comunicações privadas, de altos integrantes da ONU.

Entre as autoridades visadas, estavam o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e os representantes permanentes de Grã-Bretanha, França, Rússia e China no Conselho de Segurança.

Pressão para atacar Irão

O The New York Times publicou no seu site um longo artigo no qual revela o conteúdo de alguns documentos que «oferece um olhar sem precedentes sobre as negociações e bastidores realizadas em embaixadas de todo o mundo, e visões brutalmente claras de líderes estrangeiros e avaliações francas de ameaças nucleares e terroristas», destacou o jornal. Alguns destes documentos são muito recentes, pois datam do «mês de Fevereiro», acrescentou o The New York Times.

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Entre os documentos revelados estão alguns que provam que doadores sauditas continuam a ser os grandes financiadores de grupos como a al-Qaeda e que elementos ligados ao governo chinês coordenaram uma campanha de sabotagem informática conta os EUA e os seus aliados.

Indicam ainda que o secretário de Estado norte-americano da Defesa, Robert Gates, acredita que um ataque militar contra o Irão só adiaria a procura da arma nuclear por parte do regime de Teerão entre um a três anos.

O jornal francês Le Monde também começou a publicar pela internet trechos do conteúdo dos documentos diplomáticos «secretos» ou «confidenciais» relativos à questão nuclear iraniana, um dos temas sensíveis tratados nos documentos.

Segundo um documento publicado pelo jornal, Israel teria pressionado os EUA a adoptar uma posição mais firme com relação ao Irão em Dezembro de 2009, ao afirmar que a estratégia americana de negociação com Teerão «não funcionava».

Noutro documento, publicado pelo jornal britânico The Guardian, o rei Abdallah da Arábia Saudita teria instado os Estados Unidos a atacarem o Irão para destruir o programa nuclear do país.

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Os documentos de embaixadas diplomáticas no Oriente Médio dão conta das «frequentes exortações aos Estados Unidos para atacar o Irão e por um fim ao seu programa de armas nucleares».

Segundo os documentos, o monarca saudita pediu que os Estados Unidos «cortasse a cabeça da serpente» e afirmou que trabalhar com Washington para contrabalançar a influência iraniana no Iraque era «uma prioridade estratégica para o rei e seu governo».

Os comunicados indicam preocupações com a segurança do programa nuclear paquistanês, com o possível uso de material radioactivo para a construção de armas atómicas.

Chávez louco

Os documentos mostram que o assessor diplomático da Presidência francesa, Jean-David Levitte, disse ao subsecretário de Estado americano Philip H. Gordon, em setembro de 2009, que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é «louco».

«Infelizmente, Chávez está a pegar num dos países mais ricos da América Latina e a transforma-lo noutro Zimbabué», disse.

Os documentos mostram ainda o medo dos EUA de que o Paraguai reúna agentes iranianos e militantes islâmicos.

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