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Bush cada vez mais isolado

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Blair admite fracasso no Iraque e quer reduzir contingente britânico

A redução do contingente britânico no Iraque anunciada por Tony Blair é uma constatação do fracasso da ocupação e, simultaneamente, mais uma crítica à política do Presidente norte-americano, George W. Bush, escrevem esta quinta-feira alguns dos principais jornais do mundo. A notícia foi avançada pela agência Lusa.

No Reino Unido, onde quarta-feira o primeiro-ministro britânico anunciou a retirada de 1.600 dos 7.100 militares que mantém no Iraque, os títulos da imprensa dividem-se entre o alívio pelo regresso das tropas a casa e as críticas à decisão tomada por Blair a menos de seis meses de abandonar o cargo.

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O anúncio de Blair «é uma derrota» para «um primeiro-ministro que levou o seu país para a guerra com base numa mentira e que partilha da responsabilidade pela morte de dezenas de milhares de iraquianos», escreve por seu lado o Daily Mail (centro-direita).

A mesma análise é feita pelo The Guardian, apoio tradicional do Partido Trabalhista, que escreve que «Tony Blair foi ontem à Câmara dos Comuns reconhecer o seu fracasso».

O conservador The Times defende que o Reino Unido «não devia precipitar-se e sair do sul do Iraque com base num calendário artificial» e avalia o anúncio do primeiro-ministro como «possivelmente, o princípio do fim de um papel dos britânicos no Iraque».

Nos Estados Unidos, o New York Times escreve, num editorial intitulado «Reino Unido limita as perdas», que o anúncio de Blair ocorre quando este se prepara para cessar funções «dolorosamente consciente de que a oposição popular à guerra ameaça eclipsar todo o seu legado».

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O NYT prossegue afirmando que o anúncio «não pode ser boas notícias, política ou militarmente, para o Presidente Bush» e acrescenta que, «numa altura em que o Pentágono luta para encontrar tropas suficientes para o Iraque, uma redução das tropas do seu aliado mais capaz só pode aumentar a tensão e o clamor pelo regresso das tropas norte-americanas».

«Jogada britânica relança dúvidas nos Estados Unidos sobre a guerra no Iraque», escreve também o Washington Post.

Para o influente diário, o anúncio de Blair «fez reacender o debate naquele que é talvez o pior momento para a Casa Branca» e foi aproveitado pelos Democratas «como prova de que a coligação internacional de Bush está a desmoronar-se e de que os Estados Unidos estão cada vez mais isolados numa causa perdida».

Em França, o Le Fígaro (direita) faz a mesma avaliação, «numa altura em que Bush impõe à sua opinião pública e a um Congresso hostil um aumento das tropas norte-americanas no Iraque, a decisão de Tony Blair isola-o ainda mais e pode tornar-lhe a vida mais difícil».

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