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Comandante: «Tropecei e caí num salva-vidas»

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Francesco Schettino continua a negar ter fugido, abandonando os passageiros à sua sorte. Admite, no entanto, que cometeu um erro. A juíza encontrou «graves indícios de culpabilidade» contra ele

O comandante do Costa Concordia garante que escorregou durante a evacuação do navio e que caiu num salva-vidas, justificando desta forma o abandono prematuro do cruzeiro.

Francesco Schettino foi ouvido durante três horas esta terça-feira e os pormenores do interrogatório são esta quarta-feira divulgados pelo «La Repubblica».

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«De repente, com o navio num ângulo de 60-70 graus, tropecei e acabei por cair num dos barcos. Foi assim que fui parar a um salva-vidas», afirmou, aos magistrados.

O italiano de 52 anos contou que estava a ajudar os passageiros a colocar os coletes e que até deu o seu. «Estava a tentar encaminhá-los para os salva-vidas ordeiramente», acrescentou.

Schettino assegurou que ainda tentou regressar ao Costa Concordia, mas que foi «bloqueado» pelos outros barcos.

O comandante admitiu, no entanto, o seu erro, ao aproximar-se demasiado da ilha de Giglio.

«Cometi um erro na abordagem. Eu conhecia as profundidades, porque já tinha feito esta manobra três ou quatro vezes. Mas, desta vez, ordenei que o barco virasse tarde demais e acabámos em águas rasas. Não sei o que aconteceu, fui vítima dos meus instintos», explicou.

Francesco Schettino nega ter consumido álcool ou drogas na noite do desastre e acredita que salvou muitas vidas ao ainda ter conseguido aproximar o cruzeiro de terra firme.

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O comandante do Costa Concordia está em prisão domiciliária e pode ser condenado até 15 anos de prisão.

«Graves indícios de culpabilidade»

A juíza italiana que decidiu colocar o comandante sob prisão domiciliária encontrou «graves indícios de culpabilidade» contra ele, nomeadamente não ter tentado subir a bordo durante a evacuação do navio naufragado.

A presença no navio de «outros membros do pessoal e oficiais que desenvolviam esforços para retirar os passageiros desmente objectivamente as declarações do comandante sobre a impossibilidade de dirigir os procedimentos de emergência e socorro», escreveu a juíza Valeria Montesarchio na fundamentação da sua decisão, citada pelos media italianos.

A magistrada considerou também que Francesco Schettino não fez «nenhuma tentativa séria» para regressar «pelo menos para perto do navio», depois de o ter abandonado em pleno processo de evacuação. Depois de descer, escreveu a juíza, o comandante permaneceu durante horas nas rochas a assistir às operações de salvamento.

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