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Brexit: Líder Trabalhista diz-se capaz de ganhar eleições caso governo britânico caia

Jeremy Corbyn aposta as fichas na demissão do executivo de Theresa May, caso haja um chumbo ao acordo do Brexit, na próxima terça-feira

O líder trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, defendeu esta sexta-feira que o seu partido está em condições de ganhar eleições gerais, se o acordo de saída da União Europeia negociado pelo Governo conservador for rejeitado na terça-feira e este se demitir.

Penso que poderíamos ganhar umas eleições gerais, neste momento. Fizemos uma campanha no ano passado, para as eleições gerais de 2017, que mostrou exatamente quão forte o Partido Trabalhista é, como está bem organizado e os níveis de apoio que tem”, disse Jeremy Corbyn, em declarações à imprensa, à margem do Congresso do Partido Socialista Europeu (PES), que decorre em Lisboa até sábado.

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A nossa organização está ainda melhor agora do que na altura, e estou muito confiante em que poderíamos ganhar as eleições, porque, de acordo com um relatório da ONU sobre o Reino Unido divulgado há duas semanas, 14 milhões de pessoas vivem na pobreza, mais 500.000 crianças vivem na pobreza e o sistema de subsídios levou a que pessoas com deficiências vivam, em muitos casos, na pobreza”, sublinhou o líder da oposição.

Além disso, prosseguiu, “há muitas pessoas a serem sancionadas por causa de uma coisa chamada ‘crédito universal’, que foi levado para o Reino Unido, o que significa que muitas famílias têm de se endividar quando mudam de um sistema para outro e, em resultado, ficam sem casa, tornam-se sem-abrigo”.

Há uma crise social e cabe ao Partido Trabalhista e a um Governo trabalhista financiar estes serviços devidamente e certificar-se de que as pessoas não continuam na pobreza, como atualmente acontece”, sustentou.

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"Rejeição na votação"

Sobre o acordo de ‘Brexit’ negociado pelo executivo da primeira-ministra Theresa May, que será levado a votação na Câmara dos Comuns na próxima terça-feira, Jeremy Corbyn foi claro: “Esperamos que haja uma rejeição na votação”.

Pensamos que o acordo que ela obteve não é aceitável, não cumpre as linhas vermelhas que ela tinha inicialmente definido: Prevê a possibilidade de uma fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda - o que é uma das linhas vermelhas que ela disse que não atravessaríamos - e também não garante que os direitos dos consumidores e dos trabalhadores e a proteção do nosso ambiente se manterão alinhados com a Europa - a única coisa que diz é que ficarão como estão agora, [o que significa que] se os Direitos Humanos evoluírem, o que espero que aconteça, o Reino Unido poderá ficar para trás nesse capítulo”, explicou.

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Inquirido sobre se pensa que Theresa May deve demitir-se independentemente do resultado da votação de terça-feira, o líder da oposição britânica disse que a situação do Governo de May é “constitucionalmente sem precedentes na história” do país, por ser minoritário e porque “desrespeitou” o parlamento.

As últimas eleições gerais não deram a maioria absoluta a nenhum partido, e May fez um acordo com o Partido Democrata Unionista e ofereceu grandes quantias de dinheiro à Irlanda do Norte para obter o seu apoio. Mas eles agora retiraram o seu apoio, porque não concordam com este acordo”, resumiu.

Na semana passada, houve três votações no parlamento, tendo-se em duas delas considerado que o Governo ‘desrespeitou’ o parlamento, por se ter recusado a divulgar na totalidade o parecer jurídico elaborado pelo procurador-geral sobre o acordo do ‘Brexit’.

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Depois, foi obrigado a divulgá-lo”, comentou Corbyn.

Em seguida, continuou, “foi realizada outra votação que deixou claro que se o Governo não levar adiante este acordo que negociou com a UE – e não levará -, então, o parlamento deverá estar envolvido em negociações futuras”.

Por outras palavras, acrescentou, “a responsabilidade de governar está gradualmente a mudar do Governo para o parlamento, o que indica que o parlamento não confia neste Governo - e este Governo não tem maioria”.

Em circunstâncias normais na política britânica, se um Governo não tem maioria, demite-se. Ou outros o substituem, como Governo minoritário, ou então realizam-se eleições gerais”, observou.

Terça-feira será, obviamente, um dia muito importante e eu tenho as maiores expectativas de que este acordo será rejeitado. Ele não agrada nem aos apoiantes do ‘sair’ nem aos do ‘ficar’. Não agrada a ninguém.”

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"Um acordo melhor"

Segundo Jeremy Corbyn, “a primeira coisa a fazer é rejeitar este acordo e exigir que o Governo negoceie um acordo melhor”, em conformidade com os contornos definidos pelos trabalhistas, de criação de uma união aduaneira com a União Europeia.

Se não conseguirem fazer isso, então devem demitir-se e teremos eleições gerais”, defendeu.

Inquirido sobre se o Partido Trabalhista pretende realizar um segundo referendo se subir ao poder, o líder da oposição britânica admitiu que o partido “obviamente contemplou a possibilidade de, mais à frente, realizar outra consulta popular”, mas indicou que “essa não é agora a prioridade”.

Neste momento, a prioridade é derrotar este acordo”, frisou.

Sobre se o seu partido tenciona apresentar uma moção de censura ao Governo conservador de Theresa May, Corbyn disse apenas: “Vamos tomar uma decisão sobre isso e informar-vos-emos.”

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