O recente eleito presidente dos Estados Unidos irá tomar posse no dia 20 de janeiro. Joe Biden regressa à Casa Branca após ter servido dois mandatos como vice de Obama, mas, desta vez, herda a liderança de um país devastado pela pandemia de covid-19 e amplamente dividido em questões raciais, climáticas e económicas.
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Biden e Kamala Harris já anunciaram querer começar a trabalhar nestes fracturantes temas desde o primeiro dia e este domingo revelaram a estratégia para o período de transição.
Um governo Biden-Harris, impulsionado pela base lançada pela transição, levará a uma recuperação justa e equitativa que reconstruirá uma classe média forte e inclusiva e construirá uma economia para o futuro”, diz a mensagem no site que explica as medidas do recente eleito.
Joe Biden vai gerir um país que é o epicentro da pandemia no mundo e que já perdeu mais de 237 mil pessoas para a doença. As dificuldades emergem também na sua vontade de conduzir uma economia sustentável, já que no dia 4 de novembro, sob ordens de Trump, os norte-americanos formalizaram a saída do Acordo de Paris.
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A tudo isto junta-se a crescente tensão racial que implodiu com a morte de George Floyd às mãos da polícia de Minneapolis.
Revitalizar uma economia em colapso e torná-la sustentávelJoe Biden vai herdar uma economia gravemente afetada pela pandemia de covid-19 e que perdeu a sua dominância em todo o mundo.
No plano, o recente eleito promete criar cadeias de abastecimento para que os Estados Unidos não estejam dependentes de outros países em crises futuras. O democrata planeia também construir uma base industrial forte e cadeias de abastecimento lideradas por pequenas empresas para reter e criar milhões de empregos sindicais bem remunerados nas fábricas e nas tecnológicas.
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A administração Biden quer ainda criar infraestruturas modernas e que tenham por base a equidade e o uso de energias sustentáveis.
Vimos a necessidade de uma economia mais resiliente a longo prazo, e isso significa investir em infraestrutura moderna e sustentável e em motores de crescimento limpos”, afirma Biden na mensagem, sublinhando a criação de estradas, pontes, escolas e centrais elétricas que vão trazer “milhões de empregos ao país”.
A natalidade e a importância da família também estão em jogo no plano económico de Biden que afirma que, durante a pandemia, denotou-se as “graves dificuldades por que passaram os pais e mães ao tentarem conciliar a vida familiar com o trabalho”.
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Assim, Biden promete tornar os custos relativos à natalidade mais sustentáveis, assegurando ao mesmo tempo que os mais idosos e que as pessoas debilitadas tenham um melhor acesso a cuidados.
Na mesma linha, serão criados mais empregos para educadores de infância, professores, profissionais de saúde, que vão receber melhores salários e que terão a oportunidade de se juntarem a um sindicato.
Estas medidas, segundo Biden e Harris, vão direcionar milhões de pessoas para empregos justos, criando uma economia mais forte em retorno.
Regresso ao Acordo de ParisNas primeiras horas após fazer o juramento, Biden já prometeu que irá enviar uma carta às Nações Unidas a indicar a vontade do país de voltar a fazer parte do esforço global no combate às mudanças climáticas, revertendo a decisão feita por Donald Trump.
Para a criação de uns Estados Unidos mais sustentáveis, Biden promete:
Direcionar a indústria de automóveis norte-americana para o fabrico de peças, materiais e carros elétricos. O recente eleito promete trazer mais um milhão de empregos bem pagos para este setor.
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Fornecer a cada cidade americana com 100 mil ou mais residentes opções de transporte público de alta qualidade e sem emissões de carbono por meio de investimentos federais.
Realizar melhoramentos em 4 milhões de edifícios e 2 milhões de casas, protegendo-os contra fenómenos naturais como cheias e sismos. Uma meta a ser alcançada nos próximos 4 anos.
Gerar eletricidade limpa, através da indústria nacional, e tornar o setor livre de emissões de carbono até 2035.
Criar empregos em agricultura que tenham em conta as mudanças climáticas e a conservação do meio ambiente. Produzir 250.000 empregos na recuperação e reaproveitação de reservatórios de petróleo e de gás natural abandonados.
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A crise gerada pelo novo coronavírus destruiu milhões de empregos americanos, incluindo centenas de milhares em energias sustentáveis, exacerbando “injustiças ambientais históricas”. Segundo o plano, Biden investirá em motores de criação de empregos sustentáveis.
Covid-19: 25 mil milhões para vacina, reaproximação da OMSA partir do primeiro dia, Joe Biden deverá colocar a batalha contra a pandemia no topo das prioridades e nomear um “comandante da cadeia de abastecimento” que vai gerir uma equipa especializada na gestão da testagem à covid-19.
A ideia de Biden passa ainda pela produção massiva de testes, semelhante àquela criada por Franklin Roosevelt para o fabrico de tanques, aviões e uniformes em tempo recorde.
A administração Biden investirá ainda 25 mil milhões de dólares (cerca de 21 mil milhões de euros) na produção e distribuição de uma vacina para a covid-19 que chegará a cada norte-americano sem qualquer custo.
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O democrata promete ainda que a política não vai desempenhar qualquer papel no fabrico da vacina e na sua eficácia.
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Estes três princípios vão ditar a abordagem na gestão da crise pandémica: “colocar os cientistas no centro de todas as decisões sobre a segurança e a eficácia da vacina, publicar os dados clínicos de todas as vacinas aprovadas pela FDA (a agência federal que tutela a administração de medicamentos) e permitir que qualquer profissional de saúde fale diante do congresso sem que seja censurado”.
Biden e Harris vão ainda criar um painel pandémico nacional, onde qualquer pessoa pode observar em tempo real o risco de transmissão local do novo coronavírus na sua área. “Esta informação é crítica para todos, mas especialmente para os mais idosos e aqueles com morbidades associadas que através da plataforma podem tomar decisões sobre as precauções que devem ter”, escreve o presidente eleito.
As medidas preventivas vão estar centradas na promoção do uso alargado da máscara.
Ao contrário de Donald Trump, o democrata quer uma reaproximação entre os Estados Unidos e a organização Mundial de Saúde, considerando que o seu papel é fundamental na elaboração da estratégia no combate à pandemia.
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Unir um país fraturado racialmente através da igualdade de oportunidades“Queremos imediatamente restaurar o nosso relacionamento com a Organização Mundial da Saúde, que - embora não seja perfeita - é essencial para coordenar uma resposta global durante uma pandemia”, escreve Biden no site que anuncia estas medidas.
Como parte do seu compromisso com a igualdade das comunidades negras, Joe Biden afirma que vai trabalhar para construir uma economia onde todos os cidadãos tenham um retorno justo pelo seu trabalho e oportunidades iguais de progredir na carreira.
Segundo Biden, isto vai criar “uma economia mais vibrante e poderosa, justamente porque todos serão incluídos. Uma economia onde trabalhadores e famílias negras, latinas, asiático-americanas e nativas sejam finalmente bem-vindas como participantes plenos”.
Uma intenção que será tornada realidade através da estimulação do investimento público-privado por meio de um novo plano de oportunidade para pequenas empresas, mas também pela assinatura de um compromisso histórico que garanta que as compras de bens e serviços feitas pelo estado sejam justas e não discriminatórias.
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Entre as medidas, destaca-se ainda a vontade de chegar à equidade na gestão, na aprendizagem e no acesso ao ensino superior, garantindo oportunidades ligadas aos trabalhos do futuro.
Durante a campanha, Biden disse repetidamente que estava a candidatar-se como democrata, mas que governaria o país "como americano". Ainda assim, o novo presidente eleito e Kamala Harris estão ansiosos para apagar sistematicamente aquilo que consideram ser políticas destrutivas seguidas por Trump em relação ao meio ambiente, à imigração, saúde, aos direitos dos homossexuais, ao comércio, à redução de impostos e aos direitos civis.
A maior parte das ideias de Biden para os próximos quatro anos devem requerer a cooperação do Congresso, que se antecipa que fique dividido em 2021. Ainda assim, há a crença de que Joe Biden consiga cumprir vários dos seus compromissos apenas com a sua assinatura.
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