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Revelada chamada de australiana para o 911

Depois de vários dias sem respostas, as autoridades divulgaram agora novas pistas sobre o caso Justine Damond, de 40 anos, que ligou para o 911 e acabou morta pela polícia

Depois de dias sem respostas sobre o mistério que envolve a morte de uma australiana, de 40 anos, em Minneapolis, no estado do Minnesota, nos Estados Unidos, as autoridades divulgaram agora as primeiras pistas sobre o que terá acontecido na noite em que um polícia disparou contra Justine Damond.

De acordo com as gravações das chamadas de Justine para o 911, difundidas pelas autoridades esta quarta-feira, a australiana ligou duas vezes para o número de emergência, na noite de sábado, para denunciar um possível ataque sexual.

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Posso ouvir alguém nas traseiras e não tenho certeza se estão a ter sexo ou se é uma violação. Acho que a mulher acabou de gritar por socorro. Já ouço o som há algum tempo, mas não acho que a mulher esteja a gostar”, disse Justine, no primeiro telefonema que fez para o número de emergência, de acordo com a CNN.

Quem a atendeu referiu que a polícia estaria no local em breve. Contudo, 8 minutos depois, Justine voltou a ligar, porque os agentes ainda não tinham chegado. Voltaram a dizer-lhe que a polícia estava a caminho. Eram 23:35 (hora local). Momentos depois, as autoridades chegaram e um dos agentes baleou Justine Damond, que foi declarada morta às 23:51.

Um dos polícias já foi ouvido

Matthew Harrity e Mohamed Noor foram os agentes escolhidos para ir investigar a denúncia feita por Justine, na noite de sábado.

Segundo a CNN, o agente Matthew contou às autoridades responsáveis por investigar o caso que, enquanto conduzia o carro da polícia, perto da casa de Justine, ouviu um barulho muito alto, que o assustou. Foi nesse momento que Justine Damond se aproximou da janela do carro, do lado do condutor, e o agente Mohamed Noor, que seguia no lugar do passageiro, disparou contra a australiana.

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A explicação foi dada por Matthew Harrity, em declarações ao “Serviço de Apreensão Criminal do Minnesota”, que está a liderar a investigação do incidente.

O agente Mohamed Noor, para já, não irá ser ouvido pelas as autoridades, porque exerceu o direito constitucional de não falar.

As autoridades responsáveis pela investigação querem também ouvir um homem que viu um dos agentes a fazer reanimação cardiorrespiratória a Justine, quando passava de bicicleta.

Durante dias, a família de Justine Damond mostrou-se desesperada por não conseguir obter informações da investigação. Contudo, Linea Palmisano, da Câmara Municipal de Minneapolis, disse agora, à CNN, que já foram entregues à família alguns documentos relacionados com a investigação.

Gravação da rádio da polícia prova que os agentes tentaram reanimar Justine

Outra das pistas divulgadas agora pelas autoridades é uma gravação da rádio da polícia, na fatídica noite de sábado, que contém a conversa entre os agentes que responderam ao alerta de Justine e o posto da polícia.

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O áudio foi fornecido à CNN pelo operador da “Minnesota Police Clips”, uma empresa que monitoriza e grava os áudios das autoridades. De acordo com o órgão de comunicação social norte-americano, através da gravação é possível perceber a ansiedade dos oficiais, enquanto esperavam que a ambulância chegasse.

O agente Matthew afirmou às autoridades que, após Justine ter sido baleada, ele e o colega Mohamed Noor saíram do carro e tentaram salvá-la. A gravação do áudio da rádio parece vir comprovar essa afirmação. Depois do tiro ter sido disparado, um dos agentes entrou em contacto com o posto da polícia e explicou alguém tinha sido baleado e que eram precisos reforços. Referiu ainda que já estava a ser feita reanimação cardiorrespiratória.

Para que a ambulância chegasse rapidamente, um dos agentes, que estava no local onde Justine foi morta, deu indicações do sítio específico onde se encontravam. Do posto perguntaram ao oficial se a situação estava sob controlo e se a ambulância se podia aproximar do local do tiroteio. O agente afirmou que era seguro.

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Não há suspeitos”, explicou o polícia.

Segundo a CNN, é possível perceber, através do áudio, que o agente vai ficando cada vez mais tenso e ansioso, ao longo da conversa.

Câmaras de filmar estavam desativadas

Nos Estados Unidos, os agentes de segurança usam câmaras de filmar presas na farda, mas nenhum dos oficiais tinha o equipamento ligado durante o incidente que levou à morte de Justine. As câmaras só foram ativadas depois da australiana ser baleada. Também nos carros da polícia há uma câmara de filmar e nem essa estava a gravar.

De acordo com a CNN, as normas da polícia de Minneapolis dizem que as câmaras corporais devem ser ativadas antes do uso da força “assim que seja seguro” e durante “qualquer contacto envolvendo atividade criminosa”.

Arradondo, chefe do departamento da polícia da região, lamenta a falta de imagens das câmaras corporais, mas pede paciência, ao longo do decorrer da investigação.

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As câmaras corporais são uma ferramenta muito poderosa. Não são uma ferramenta infalível, mas são muito poderosas e já foram muito úteis nas nossas investigações. A informação que o Serviço de Apreensão Criminal divulgou hoje aproxima-nos das respostas e coloca-nos mais perto de termos justiça. Temos muitas informações agora, embora seja frustrante termos apenas algumas imagens e não todas”, referiu o agente, em declarações à CNN.

A família da australiana espera que a investigação continue e que seja feita justiça.

Justine, nossa filha, foi tão especial para nós e para muitos outros. A Justine foi um farol para todos nós. Só pedimos que a luz da justiça resolva as circunstâncias da sua morte”, afirmou o pai, citado pela CNN.

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