Quatro fortes explosões foram ouvidas esta madrugada na capital líbia, numa altura em que vários bairros eram palco de violentos confrontos entre os rebeldes e as forças fiéis ao regime de Muammar Kadhafi. No entanto, são ainda escassos os detalhes sobre o que se passa em Trípoli, pois as informações de combates surgem apenas do lado da guerrilha, que afirma estar em curso a libertação da capital.
As explosões aconteceram por volta das 04:00 locais (03:00 em Lisboa), quando o centro de Tripoli era sobrevoado por aviões, constatou um jornalista da agência France Presse, sem conseguir determinar quais foram os alvos atingidos. Uma testemunha na capital disse à CNN que confrontos estão a causar vários mortos. E à Al-Jazeera, fonte dos opositores ao regime admite que se travam combates em vários bairros da capital.
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Várias explosões e trocas de tiros também se escutaram durante a madrugada, com o porta-voz do Governo líbio, Mussa Ibrahim, a começar por confirmar a ocorrência de «pequenos confrontos» entre grupos de pequena dimensão em alguns bairros de Tripoli.
Khadafi compara rebeldes a «ratos»
Depois do porta-voz foi difundido um discurso Khadafi num áudio ainda antes de ocorrerem as quatro fortes explosões. Muammar Khadafi chegou a congratular os seus apoiantes por repelirem o ataque de «ratos» rebeldes na capital.
Na mensagem, pediu ao povo para que «marchem aos milhões» para pôr fim à «farsa» do conflito que assola o país desde Fevereiro. «É preciso acabar com esta farsa. Vocês devem marchar aos milhões para libertar as cidades destruídas», disse Khadafi, numa referência às cidades controladas pelos rebeldes.
O coronel líbio citou o nome do presidente francês na sua comunicação, dizendo que os rebeldes pró-democracia são «agentes de Sarkozy»: «Mas o povo líbio não permitirá que a França tome seu petróleo ou deixe a Líbia para os traidores».
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Filho de Khadhafi garante: regime «não abandonará a luta»
Seif al-Islam Kadhafi, um dos filhos do líder líbio garantiu entretanto que o regime «não abandonará a luta», pedindo diálogo aos rebeldes. «Se querem a paz, estamos prontos».
Na sua comunicação ao país, divulgada pela televisão estatal, disse que estava pronto para resistir. «Estamos em nossa terra e em nosso país. Resistiremos por seis meses, um ano, dois anos. E venceremos».
Seif deu também a entender que a sua família não abandonará a capital e que resistirá até ao fim. «Não nos submeteremos, não abandonaremos a batalha. Essa não é uma decisão de Seif al-Islam ou de Kadhafi, é a decisão do povo líbio», prosseguiu, acrescentando que «sua família pagou o preço, como todos os líbios».
Ataques dos rebeldes em coordenação com a NATO
Um dos líderes dos rebeldes líbios garantiu este domingo que o ataque lançado sexta-feira à noite à capital Tripoli foi feito em coordenação com a NATO.
«Planeámos esta operação com a NATO e com os nossos rebeldes em Tripoli», disse ao canal Al-Jazeera o líder dos rebeldes Mustafa Abdel-Jalil.
O líder rebelde escolheu o dia 20 para começar o ataque a Tripoli por a data assinalar a antiga batalha islâmica de Badr, quando os muçulmanos lutaram a primeira vez pela cidade santa de Meca.
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