Uma profilaxia anti-retroviral prolongada reduz o risco de infecção por HIV, responsável pela Sida, nas crianças africanas alimentadas pelas mães seropositivas, segundo um estudo clínico efectuado no Malaui, e cujos resultados foram publicados quarta-feira, refere a Lusa.
Em todos os países pobres, os recém-nascidos de uma mãe infectada pelo HIV recebem uma simples dose de nevirapina (NVP) e de zidovudina (ZDV) durante uma semana, dois anti-retrovirais, para impedir a transmissão do HIV.
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Os resultados do ensaio clínico, efectuado por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins e da Escola de Medicina da Universidade do Malaui, mostram que o facto de prolongar esta profilaxia pode reduzir claramente o risco de transmissão de HIV da mãe para o filho, afirmam os autores destes trabalhos, que surgem na edição on-line do New England Journal of Medicine.
O ensaio clínico do Malaui abrangeu 3.016 crianças filhas de mães seropositivas.
As crianças e as mães foram seguidas ao longo de dois anos, tendo todos os recém-nascidos recebido os cuidado profilácticos padronizados, ou seja, uma simples dose de nevirapina e um tratamento de uma semana de zidovudina.
Uma parte destas crianças foi depois tratada durante 14 semanas com nevirapina, enquanto que um outro grupo recebeu durante o mesmo período uma combinação dos dois anti-retrovirais.
Durante toda a duração do ensaio clínico e do seu seguimento, as crianças que beneficiaram de uma profilaxia prolongada obtiveram taxas de infecção por HIV cerca de duas vezes mais baixas do que as crianças que apenas receberam o tratamento padronizado.
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