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Hospital aplaudiu pais que doaram órgãos da filha para salvar outros bebés

Alondra Torres Arias tinha apenas 19 meses. Ficou em morte cerebral após uma pneumonia. Pais decidiram doar os seus rins e o fígado, com uma homenagem sentida das equipas hospitalares

A dor de uns pode ser a salvação de outros. Em Monterrey, no México, a bebé Alondra estava em morte cerebral, após uma pneumonia que lhe ceifou a vida. Sem hipótese, os pais decidiram doar alguns dos órgãos da filha, numa atitude que foi homenageada em pleno hospital por médicos, enfermeiros e demais pessoal, fazendo um corredor de aplausos e orações à passagem da menina para o bloco operatório. Um momento que ficou registado em vídeo.

Segundo o jornal britânico Daily Mail, a menina apenas se mantinha viva através de respiração artificial. A própria mãe, Jenni Barraza, reconheceu, num testemunho publicado na rede Facebook, que "provavelmenteela já tinha partido há uns dias".

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Com a filha em morte cerebral, Jenni e o marido tomaram a decisão de doar os rins e o fígado da sua filha Alondra.

Ontem foi assinada a morte cerebral da minha filha Alondra. Provavelmente, ela já tinha partido há uns dias, mas eu falei com ela e beijei-a até ao último minuto. Escrevo porque sei que houve muita gente envolvida, pessoas que ajudaram com suas orações e também economicamente. Eu sei que esta situação transcendeu até pessoas que eu não conheço, por isso peço que se espalhe esta mensagem. Eu tinha a ilusão de ir agradecer pessoalmente a cada pessoa pela sua ajuda, com a minha menina nos braços”, escreveu Jenni num comunicado emotivo no Facebook.

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Homenagem sentida

De forma a agradecer a atitude de Jenni e do pai de Alandra, a equipa médica que acompanhou a menina organizou uma homenagem sentida nos corredores do hospital. Médicos, enfermeiros, paramédicos e outros especialistas formaram um corredor de passagem até ao bloco operatório, expressando o seu respeito e admiração.

Ontem, eu e meu marido levámos a nossa bebé ainda no berço e a respirar artificialmente, desde a área de terapia intensiva até à área de cirurgia, onde a Alondra ia doar os seus dois rins e o seu fígado. No caminho para o bloco operatório tentávamos suportar uma tristeza que não dá para explicar. Ao sair do elevador, vimos um corredor muito longo, cheio de enfermeiros, médicos e pessoal do hospital a formar um "cordão", todos em silêncio, todos com as mãos juntas em sinal de agradecimento, todos visivelmente comovidos... Demos a volta e ainda havia mais gente. Nunca caminhei com tanto orgulho e com a cabeça tão erguida”, descreve a mãe da pequena.

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Os pais de Alondra consideraram que a morte da sua filha não foi em vão e que, graças a ela, outras crianças poderão continuar a viver.

Tenho o enorme consolo de ter ajudado a salvar três bebés, a morte da minha menina não foi em vão. Irei encarregar-me de que o meu testemunho possa salvar mais vidas. Uma pessoa em morte cerebral, não pode ir direta para a morgue. Há famílias que sofrem, há mães em agonia, à espera de um milagre, de uma oportunidade.

Para mim, o mais difícil começa agora. Serei para sempre grata aos que fizeram tanto por nós. Sempre honrámos a nossa menina, que levamos connosco a cada passo. Foi uma honra e um privilégio ter sido a sua mãe”, conclui Jenni na sua publicação.

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