Já fez LIKE no TVI Notícias?

França condenada a pagar 10 milhões de euros por poluição do ar

De acordo com o Conselho de Estado, este montante será renovado dentro de seis meses caso não sejas tomadas medidas “suficientes” para melhorar a qualidade do ar

O Conselho de Estado condenou esta quarta-feira a França a pagar 10 milhões de euros por não ter tomado medidas “suficientes” para melhorar a qualidade do ar, montante recorde renovado dentro de seis meses caso continuem por cumprir na íntegra. 

Se forem tomadas medidas, o Conselho de Estado estima que, atualmente, não irão melhorar a situação no curto prazo, porque a implementação de algumas delas permanece incerta e os seus efeitos não foram avaliados”, considerou, em comunicado, o mais alto tribunal administrativo francês, cada vez mais ativo em questões ambientais.

PUB

A decisão do Conselho de Estado francês, saudada já por várias organizações ambientais, reflete a repetida incapacidade dos sucessivos governos em executar na íntegra nas das diretivas do mais alto tribunal administrativo do país, pelo que foi aplicada uma multa recorde.

A primeira decisão neste caso, emblemático de um flagelo que mata cerca de 40.000 franceses por ano em França, data de julho de 2017. 

O Conselho de Estado ordenou então que o Estado implementasse planos para reduzir os níveis de partículas de PM10 (diâmetro menor ou igual a 10 mícrons) e/ou de dióxido de nitrogénio (NO2, particularmente associado ao tráfego rodoviário) em 13 zonas. 

Mas, três anos depois, apesar dos roteiros adotados, a justiça apontou valores ainda elevados em oito dessas zonas e deu seis meses ao Estado para endurecer as medidas. 

No final de janeiro deste ano, o Conselho de Estado deu início a uma análise para avaliar as novas políticas apresentadas pelo Estado, em particular a generalização planeada de zonas de baixa emissão limitadora de tráfego nas grandes cidades.

PUB

Mas, apesar de os juízes notarem uma melhoria em várias das áreas em questão, acabam por apontar o excesso dos limites de poluição ou um retorno “não consolidado” abaixo desses limites em cinco aglomerações de NO2 (Paris, Lyon, Marseille-Aix, Toulouse e Grenoble) e em Paris para PM10. 

O montante de 10 milhões de euros refere-se ao primeiro semestre de 2021. 

No início de 2022, o Conselho de Estado irá reexaminar as ações do Governo para o segundo semestre do ano e poderá “ordenar novamente o pagamento de nova multa de 10 milhões de euros, que possivelmente podem ser aumentados ou reduzidos”, lê-se no comunicado da instituição.

A partir das recomendações do relator público, em meados de julho, que havia solicitado o mesmo valor, várias organizações não-governamentais associadas às questões ambientais, como a Amigos da Terra, na origem da ação, e o Greenpeace, apostaram numa decisão “histórica”

PUB

A condenação segue-se a outra decisão do Conselho de Estado, que reflete a multiplicação de ações judiciais em todo o mundo para pedir a Estados e empresas que façam mais para proteger o planeta.

A 1 de julho, os juízes deram ao Estado nove meses para tomar medidas adicionais contra o aquecimento global. 

No final deste período, se considerarem que as medidas ainda serão insuficientes, podem voltar a impor uma sanção pecuniária.

PUB

Últimas