A bailarina cubana Alicia Alonso, diretora e cofundadora do Ballet Nacional de Cuba, morreu esta quinta-feira, aos 98 anos, devido a uma doença cardiovascular, disse um representante da companhia.
Alicia Alonso, que continuava ativa à frente do prestigiado Ballet Nacional de Cuba (BNC), estava internada no Centro de Pesquisa Médica Cirúrgica (Cimeq) de Havana, onde morreu, adiantou a Agência de Notícias Cubana.
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A notícia da morte da maior figura da dança cubana espalhou-se pelas redes sociais e há milhares de mensagens de despedida, lembrando que foram “o seu esforço e carisma” que tornaram a dança e a companhia, na principal marca da identidade cultural do país.
Nos últimos anos, muitas das estreias do Ballet Nacional de Cuba tornaram-se quase peregrinações, com pessoas a caminhar durante duas horas ou mais para conseguirem ver os espetáculos, como destaca a agência espanhola de notícias, Efe.
Alicia Alonso, Prima Ballerina Assoluta of #Cuba's National Ballet passed away but her outstanding legacy will live on.
Alicia will always be essential while talking about culture in Cuba and worldwide.https://t.co/EmND6p7Ocs
— Cuban Embassy in US (@EmbaCubaUS) October 17, 2019
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Uma das mensagens de despedida já publicadas é do Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, que destacou, no Twitter, o “enorme vazio” e “insuperável legado” deixado pela única bailarina latino-americana, que foi ‘prima ballerina assoluta’.
Alicia Alonso deixou-nos e deixa um vazio enorme, mas também um legado intransponível. Ela colocou Cuba no altar do melhor da dança do mundo. Obrigado, Alicia, pelo seu trabalho imortal”, escreveu o Presidente cubano.
“Hoy el ballet y otras muchas actividades del arte y la cultura se han masificado. Aquella fue como la mano de seda que despertó el genio dormido en el fondo del alma de nuestro pueblo.” #Fidel
Su obra es imperecedera, como también su cubanía.#Cuba🇨🇺 #SomosContinuidadpic.twitter.com/sSpaKeMCXV
— Presidencia Cuba (@PresidenciaCuba) October 17, 2019
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Nascida em Havana, em 21 de dezembro de 1920, de pais espanhóis, Alicia Ernestina da Caridade do Cobre Martínez del Hoyo começou a dançar aos nove anos de idade, desenvolveu parte da sua formação nos Estados Unidos e construiu uma longa e premiada carreira, na qual foi várias vezes protagonista, nos principais palcos do mundo.
O apelido Alonso era de seu marido, o bailarino cubano Fernando Alonso, com quem fundou uma companhia de dança em seu nome, em 1948, a que se seguiu a Academia de Dança Alicia Alonso que, no conjunto, depois da Revolução Cubana de 1959, se tornou no Ballet Nacional de Cuba.
"Giselle", "Coppélia" e "La Sylphide" estão entre bailados em que se destacou, desde o tempo em que fez parte do American Ballet Theater, e do Ballet Russe de Montecarlo, antes de regressar a Cuba, na década de 1940.
Ponte "ya sabes qué" 😎 https://t.co/gKEQiS9T8H
— Bender B. Rodríguez 😎 (@donmalviaje) October 17, 2019
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Entre os muitos prémios que recebeu, contam-se a Ordem José Martí, a mais alta condecoração concedida por Cuba, a comenda da Ordem Isabel a Católica, concedida por Espanha, o prémio Anna Pávlova, da escola superior de Dança de Paris.
Foi também nomeada embaixadora da Boa Vontade da UNESCO, a organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, que lhe atribuiu a Medalha Picasso, destinada a personalidades ou instituições do mundo da arte e da cultura, que se destacam a nível mundial.
Em 2010, o American Ballet Theater celebrou os 90 anos de Alicia Alonso e a sua Carreira nos palcos de mais de 60 anos, com um espetáculo de gala e uma retrospetiva em filme, na Metropolitan Opera House.
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