Centenas de migrantes do navio que se afundou este sábado no Mediterrâneo estavam trancados e sem a possibilidade de sair desses compartimentos. A informação foi confirmada pelo procurador italiano Giovanni Salvi, esta segunda-feira, depois de ter sido divulgada por um dos sobreviventes da tragédia, no domingo.
O procurador italiano explicou, numa conferência de imprensa em Catania, na Sicília, que o navio tinha três níveis e que os migrantes trancados estavam presos no porão e no segundo nível do barco.
«Algumas centenas foram trancadas no porão, com a saída bloqueada e, por isso, estavam impedidos de sair do navio.»
Inicialmente, a Guarda Costeira italiana tinha estimado cerca de 700 desaparecidos, mas, no domingo, um relato emocionado de um sobrevivente trouxe novas informações e contornos dramáticos à tragédia.
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O migrante do Bangladesh afirmou que havia cerca de 950 pessoas a bordo do navio, incluindo 40 ou 50 crianças e 200 mulheres. O sobrevivente, de 32 anos, acrescentou que muitas dessas pessoas estavam fechadas, com as portas dos compartimentos trancadas.
Este naufrágio no Mediterrâneo já é tido como a maior tragédia marítima do pós-guerra e já motivou a realização de um Conselho Europeu extraordinário na próxima quinta-feira em Bruxelas.
Só na última semana, de acordo com a Organização Mundial para as Migrações (IOM, da sigla em inglês), a confirmar-se o número de mortos temido no naufrágio de sábado, terão morrido cerca de 1600 pessoas, em quatro incidentes separados.
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