Um estudo, realizado pela Universidade da Califórnia e publicado na revista científica Nature, revela que sintomas como derrames, hemorragias cerebrais e perda de memória são sintomas cada vez mais frequentes em doentes covid-19.
Nos primeiros meses da pandemia, o foco das equipas médicas esteve no tratamento das doenças respiratórias dos pacientes e nos danos nos pulmões, no entanto, multiplicaram-se relatos de distúrbios neurológicos, como delírio, psicose, encefalite e até síndrome de Guillain-Barré.
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Agora, os cientistas acreditam que essas doenças possam não ser tão raras quanto se pensava e que, no caso de algumas pessoas, poderão ser sequelas para o resto da vida.
Os sintomas neurológicos são cada vez mais assustadores”, afirmou Alysson Muotri, autor da pesquisa, que garante que os investigadores estão a trabalhar para responder a perguntas importantes, como quem são os grupos de risco, quantas pessoas têm esses sintomas e como é que os sintomas aparecem.
Sublinhe-se que, apesar de ser possível que os vírus possam afetar o nosso cérebro, não é certo que o SARS-CoV-2 o faça de maneira significativa.
Por isso, outra das hipóteses estudadas pela equipa de cientistas é a de os sintomas neurológicos serem resultado de uma superestimulação do sistema imunológico. Algo que requer um tratamento muito diferente da primeira hipótese.
O estudo teve como base a análise dos resultados clínicos de 125 pessoas no Reino Unido que estiveram infetadas com a covid-19 e sofreram efeitos neurológicos ou surtos psiquiátricos. Deste grupo de pacientes, 62% experienciaram derrames cerebrais e 31% apresentaram estados mentais alterados, como confusão ou inconsciência prolongada.
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