A eventual aprovação de um terceiro «pacote» de sanções pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) ao Irão, por continuar a enriquecer urânio, foi este sábado classificada de ilegal por Javad Vaidi, adjunto do responsável nuclear do regime dos ayatollahs, informa a Lusa.
Vaidi acusou o Ocidente em geral e os Estados Unidos em particular de ignorarem intencionalmente o relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), órgão regulador da ONU.
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Este relatório, divulgado esta sexta-feira, admite que os problemas em suspenso foram finalmente ultrapassados, na opinião de Vaidi.
O documento salienta as informações prestadas por Teerão sobre o programa nuclear, embora considere haver lacunas, omissões e incoerências.
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Nicholas Burns, «número três» do Departamento de Estado norte-americano, anunciou para a próxima segunda-feira uma reunião em Washington que visa debater a aplicação de um terceiro «pacote» de sanções ao Irão.
O relatório da AIEA, que é debatido a 3 de Março na sede da organização, em Viena, destaca falta de cooperação do regime dos ayatollahs e a prossecução do enriquecimento de urânio em novas centrifugadoras.
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A dúvida é a de se o combustível gerado se destina a fins pacíficos, como o da produção de electricidade - como alega Teerão -, ou militares, como o do fabrico da bomba atómica -, como acusa Washington.
O director-geral da AIEA, o egípcio Mohammed ElBaradei, insiste em que o Irão tem de aplicar o protocolo adicional ao Tratado de Não Proliferação (TNP) de armas nucleares, que prevê inspecções às suas centrais.
O Irão não exclui cumprir o pedido de ElBaradei, sob condição de os Estados Unidos deixarem de interferir.
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