O secretário-geral da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apelou esta terça-feira à «livre troca de bens e serviços» para combater a subida de preços dos alimentos, defendendo que «os entraves à produção agrícola» aumentam a crise alimentar.
Angel Gurria refere, em comunicado, divulgado pela agência Lusa, que «são os entraves à produção agrícola que fazem aumentar a crise alimentar actual», invocando a necessidade de investimento nos biocombustíveis de «segunda geração» para contornar os impactos insejáveis sobre o preço dos bens alimentares.
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O ministro italiano do Ambiente, Alfonso Pecoraro Scanio, que participou nas reuniões ministeriais da OCDE sobre Ambiente, que hoje terminaram em Paris, considerou que «as alterações climáticas são um desafio económico mundial, sendo necessário o envolvimento de todos os elementos dos governos na busca da solução». «Se todos o fizermos, poderemos conseguir a transição para um crescimento económico» forte e sustentável.
Crise alimentar: Portugal em risco?
As reuniões ministeriais, presididas por Itália e nas quais Portugal esteve representado pelo ministro do Ambiente, Nunes Correia, abordaram as prioridades ambientais e as oportunidades criadas pela actual situação económica.
Sob o tema «Ambiente e Competividade Global», os encontros apontaram a necessidade de dar iguais hipóteses ao mercado com reduzidas emissões de carbono, o que pressupõe a supressão de ajudas a tecnologias que emitem grandes quantidades de gases com efeito de estufa e a imperiosidade da aplicação de impostos sobre a poluição.
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Os ministros que tutelam o Ambiente realçaram o papel das empresas como principal motor da eco-inovação, ressalvando que o poder público deve dar sinais claros que encorajem os investimentos a longo prazo.
Para os governantes, o consumidor é outro actor preponderante no desenvolvimento e difusão de novas tecnologias.
Os países membros da OCDE entendem que o reforço da cooperação ambiental com os Estados parceiros ou em desenvolvimento é essencial para se conquistar um desenvolvimento ecológico viável e se enfrentar os desafios ambientais dos dias de hoje.
Na perspectiva de criar um «vocabulário comum» sobre alguns dos principais desafios ambientais, a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico decidiu lançar discussões com cinco países em vias de aderir à estrutura (Eslovénia, Estónia, Federação Russa, Israel e Chile) e conceber programas que visam um maior envolvimento da China, Índia, Indonésia, África do Sul e Brasil.
Foi deixada em aberto a hipótese de países do Sudeste Asiático poderem associar-se directamente aos trabalhos da OCDE.
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