O Alto Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, reuniu-se esta terça-feira, no Kuwait, com o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros, no âmbito da sua visita à região para ajudar os refugiados iraquianos, informa a agência Lusa.
Guterres chegou segunda-feira ao Kuwait, depois de dois dias na Arábia Saudita, e visita ainda a Jordânia e a Síria com o objectivo de reforçar a cooperação com os parceiros locais em programas de ajuda aos refugiados iraquianos na região.
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Em Riade, Guterres encontrou-se com o rei Abdullah bin AbdulAziz e outros altos responsáveis da Arábia Saudita, tendo defendido a necessidade de um reforço da parceria entre o ACNUR e o mundo muçulmano.
«O Alto Comissário propôs aos líderes sauditas participarem regularmente em consultas de alto nível com o ACNUR e convidou o presidente do Crescente Vermelho saudita, o príncipe Faisal bin Abdullah bin Abdulaziz, a visitar Genebra para analisar actividades conjuntas», informou o organismo da ONU.
Segundo o ACNUR, o rei Abdullah garantiu a Guterres a cooperação saudita, sublinhando o compromisso do reino em dar apoio humanitário aos refugiados e o seu desejo de aumentar a parceria com o Alto Comissariado.
O ex-primeiro-ministro português, por seu turno, instou a Arábia Saudita a ser parte activa numa conferência do ACNUR dedicada à crise humanitária do Iraque, prevista para decorrer em Genebra em meados de Abril.
O rei saudita condecorou António Guterres com a medalha rei Abdul Aziz Sash, de segunda classe, em reconhecimento dos seus esforços para a causa dos refugiados.
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A vontade do ACNUR de reforçar a cooperação com a Organização da Conferência Islâmica (OCI) foi igualmente transmitida por Guterres nos encontros com os responsáveis sauditas.
Por outro lado, os dirigentes sauditas informaram Guterres que estavam a analisar seriamente a assinatura da Convenção sobre Refugiados da ONU, de 1951, e do Protocolo sobre Refugiados, de 1967.
O Alto Comissário deixa, esta terça-feira, o Kuwait em direcção à Jordânia e quinta e sexta-feira estará na Síria, onde além dos encontros oficiais deverá estar com iraquianos que fugiram do seu país.
A maioria dos refugiados iraquianos, cerca de 700 mil, estão na Jordânia, enquanto cerca de 500 mil estão na Síria, entre 20 mil e 80 mil no Egipto e cerca de 40 mil no Líbano.
No início de Janeiro, o ACNUR lançou um apelo para donativos no valor de 60 milhões de dólares (46 milhões de euros) para apoiar os deslocados e refugiados iraquianos e refugiados de outros países no Iraque.
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