Oskar Groening, o antigo guarda nazi apelidado de «contabilista de Auschwitz», que começou esta terça-feira a ser julgado na Alemanha por cumplicidade no assassínio de 300.000 pessoas, pediu «perdão às vítimas» do campo de concentração na abertura do julgamento.
«Para mim não há dúvida de que partilho uma culpa moral», declarou o antigo SS, de 93 anos.
«Peço perdão», disse. «Quanto à responsabilidade penal cabe-vos decidir», adiantou, dirigindo-se aos juízes.
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Em várias entrevistas, o «contabilista de Auschwitz» explicou o que sabia sobre os crimes horrendos de que foi testemunha garantindo, no entanto, nunca ter matado ninguém e que por isso se considera inocente.
De acordo com os seus testemunhos, o trabalho de Groening em Auschwitz consistia em recolher os pertences dos deportados que chegavam aos campos de concentração. Depois de recolhidos os objetos de valor e qualquer nota bancária, os mesmos eram enviados para as oficinas centrais das SS, em Berlim, onde o dinheiro era utilizado para financiar a guerra.
Hans Holtermann,«Com as suas ações, ajudou financeiramente o regime (nazi) e apoiou a sua campanha de homicídios sistemáticos», afirma a acusação.
Groening entrou no tribunal acompanhdo pelos seus advogados e deslocando-se com a ajuda de um andarilho. No tribunal estão ainda 67 sobreviventes e familiares de vítimas defendidos por 14 advogados.
O «contabilista de Auschwitz» incorre numa pena de três a 15 anos de prisão.
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