Já fez LIKE no TVI Notícias?

Indultos por «razões humanitárias»

Presidente panamiana afirmou ter indultado quatro anti-castristas por «razões humanitárias», dada a hipótese de extradição para a Venezuela ou Cuba

A presidente panamiana, Mireya Moscoso, afirmou hoje ter indultado quatro anti-castristas acusados de planear um atentado contra o seu homólogo cubano, Fidel Castro, por "razões humanitárias", dada a hipótese de serem extraditados para a Venezuela ou Cuba.

"Sabemos que, se ficassem aqui, haveria a possibilidade de serem extraditados para a Venezuela ou para Cuba, onde estou certa de que os matariam", disse Mireya Moscoso em conferência de imprensa.

PUB

Segundo a presidente do Panamá, cujo mandato termina a 01 de Setembro, "neste momento, não há ruptura (de relações diplomáticas)".

"Não fomos notificados de nada", afirmou, depois de Havana ter advertido no domingo que cortaria relações diplomáticas com o Panamá no caso de indulto.

Os quatro cidadãos cubanos anti-castristas indultados são Luís Posada Carriles, Gaspar Jiménez, Pedro Remón e Guillermo Novo, que foram detidos na capital panamiana a 17 de Novembro de 2000 e acusados de planear um atentado com explosivos contra Fidel Castro durante a X Cimeira Ibero-Americana.

A 20 de Abril último, um tribunal panamiano condenou Posada e Jiménez a oito anos de prisão e Remón e Novo a sete anos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros designado do Panamá, Samuel Lewis Navarro, considerou hoje "lamentável" a decisão da presidente Mireya Moscoso de conceder o indulto aos quatro anti-castristas.

Lewis Navarro afirmou à televisão local que com esta medida se dá "a mesma imagem de inconsistência de que os panamianos têm vindo a sofrer nos últimos cinco anos, em que, por um lado, se diz uma coisa e, por outro, se actua de outra forma".

PUB

"Realmente, para nós, isto é lamentável", acrescentou.

O ministro da Presidência designado, Ubaldino Real, afirmou também a estações televisivas que com o indulto aos anti-castristas "se está a mandar uma mensagem de incoerência e improvisação".

Os Estados Unidos, por seu lado, garantiram hoje não ter exercido qualquer pressão sobre o Panamá no sentido da libertação dos quatro cidadãos cubanos.

Tais medidas "são uma decisão do governo do Panamá. Nunca exercemos qualquer pressão sobre o governo panamiano para que concedesse um indulto a quem quer que fosse neste caso", declarou o porta-voz adjunto do departamento de Estado, Adam Ereli.

Ereli escusou-se a fazer mais comentários, afirmando que "é ao governo do Panamá que cabe falar sobre tal decisão".

PUB

Últimas