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Papa insta Cuba e EUA a avançar na normalização das relações bilaterais

Francisco iniciou hoje uma das viagens mais longas e delicadas do pontificado, que o levará à praça da Revolução, em Havana, ao Congresso dos Estados Unidos, em Washington, e à ONU em Nova Iorque

O papa encorajou os responsáveis políticos dos dois países a continuar desta forma, “como prova do alto serviço que estão a ser chamados a prestar a favor da paz e do bem-estar dos povos de toda a América, e um exemplo de reconciliação para o mundo inteiro”. Francisco destacou ainda que este ano se assinalam os 80 anos após o restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e o Vaticano, e recordou as “inolvidáveis viagens” realizadas por dois papas no passado: João Paulo II (1998) e Bento XI (2012). No início do discurso, e depois de agradecer a receção, o papa pediu ao Presidente Raúl Castro que transmita os “seus sentimentos de consideração especial e respeito ao seu irmão Fidel [Castro]", anterior Presidente, de 89 anos, e retirado do poder desde 2006 .

O papa Francisco instou este sábado Cuba e os Estados Unidos da América “a avançar” na normalização das relações bilaterais e a “desenvolver todas as suas potencialidades”, durante o seu discurso à chegada à capital cubana, Havana.

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"Somos testemunhas de um acontecimento que nos enche de esperança: o processo de normalização das relações entre os dois países, depois de anos de distanciamento. É um processo, um sinal da vitória da cultura do encontro, do diálogo", disse Francisco no Aeroporto Internacional José Marti, em Havana, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

"O mundo precisa de reconciliação nesta atmosfera de terceira guerra mundial que estamos a viver", disse o papa.

“Hoje renovamos estes laços de cooperação e amizade para que a Igreja continue a acompanhar e a encorajar o povo cubano nas suas esperanças e preocupações, com liberdade, com os meios e os espaços necessários para levar o anúncio do Reino até às periferias da sociedade”, sublinhou o papa.

Antes do discurso do papa, falou o Presidente de Cuba para agradecer a Francisco o seu apoio no restabelecimento das relações diplomáticas com os Estados Unidos, “um primeiro passo no processo de normalização das relações entre os países que permitirá resolver problemas e reparar injustiças”.

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“O bloqueio, que provoca danos humanos e privações às famílias cubanas, é cruel, imoral e ilegal. Deve cessar”, disse Raúl Castro, no discurso proferido à chegada do papa ao aeroporto de Havana, cidade onde inicia uma visita de quatro dias à ilha.

O Airbus a330 da companhia Alitalia que transportava o Papa aterrou poucos minutos antes das 16:00 locais (21:00 em Lisboa) no aeroporto José Martí de La Habana, onde era aguardado pelo Presidente cubano, Raúl Castro, e pelo cardela Jaime Ortega, o representante máximo da Igreja católica na ilha.

Francisco iniciou assim uma das viagens mais longas e delicadas do pontificado, que o levará à praça da Revolução, em Havana, ao Congresso dos Estados Unidos, em Washington, e à ONU em Nova Iorque.

Com uma agenda muito carregada, o papa argentino, de 78 anos, vai pronunciar 26 discursos: oito em Cuba e 18 nos Estados Unidos.

Até terça-feira, o papa estará em Cuba, com passagens por Havana, Holguin e Santiago, para encontros com jovens, famílias, bispos e, provavelmente, o líder histórico do regime Fidel Castro.

Três visitas papais em 17 anos mostram a atenção excecional do Vaticano a este país, onde o regime e a Igreja católica se congratulam com o apoio do papa à normalização das relações diplomáticas com os Estados Unidos.

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