Uma em cada dez mulheres do Norte da Europa entre os 15 e os 45 anos teve pelo menos um caso de condilomas (verrugas) genitais diagnosticado, revela um estudo realizado em quatro países nórdicos que envolveu 70 mil mulheres, noticia a Lusa.
Publicado no Journal of Infectious Diseases, o estudo do Instituto de Epidemiologia Oncológica Dinamarquês indicou ainda um aumento da ocorrência de condilomas genitais em mulheres jovens. A investigação foi desenvolvida na Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia. Em Portugal são diagnosticados anualmente nove mil casos.
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«Os condilomas genitais são muito frequentes entre as mulheres e, nos países nórdicos, surgem em idades muito jovens. Não existe nenhuma razão que nos faça acreditar que a situação seja diferente no resto da Europa», comentou Susanne Krüger-Kjaer do Instituto de Epidemiologia Oncológica Dinamarquês, em Copenhaga.
Estes condilomas são uma manifestação da existência da infecção provocada pelo Papiloma Vírus Humano (o vírus que pode provocar o cancro do colo do útero). No Reino Unido, onde existe um controlo epidemiológico dos condilomas, relatórios recentes revelam que o diagnóstico aumentou mais de cinco vezes entre 1972 e 2006 e, no ano passado, atingiu os 60 mil casos só em mulheres.
Os condilomas são uma espécie de verruga que se forma no ânus, no períneo e nas partes genitais do homem e da mulher. No seu mais recente relatório, a Agência de Protecção de Saúde (Health Protection Agency) britânica defendeu que «se a prevenção dos condilomas genitais for incluída nos objectivos dos programas de vacinação, espera-se uma rápida redução nos grupos mais jovens».
Um especialista britânico, Charles Lacey, da Universidade de York, lembrou que «a exposição ao HPV é suficientemente frequente, sendo uma parte inevitável da vida adulta e adolescente como parte das relações amorosas normais».
«Os condilomas genitais têm um enorme impacto económico e psicológico», acrescentou. Embora não coloquem a vida em risco, as lesões provocam sintomas como sensação de queimadura, formigueiro, hemorragia e dor e têm também uma pesada carga psicossocial, que resulta, por exemplo, em baixa auto-estima, constrangimento ou ansiedade.
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